Disputa eleitoral

Piñera e Guillier disputarão segundo turno no Chile

Milionário candidato de centro-direita enfrentará, em dezembro, político ''novato'' que é conhecida personalidade da TV

Atualizada em 11/10/2022 às 12h34

SANTIAGO - O ex-presidente do Chile Sebastián Piñera, e o jornalista e senador Alejandro Guillier disputarão o segundo turno das eleições presidenciais no país.

Piñera, que ocupou o cargo entre 2010 e 2014, era visto como favorito durante a campanha, mas só obteve 36,64% dos votos no primeiro turno, realizado no domingo,19. Guillier alcançou 22,70%. Oito candidatos concorreram no pleito.

O segundo turno da eleição é previsto para 17 de dezembro, mas o eleito só será empossado em março de 2018.

Rico

Empresário milionário, com doutorado em economia na Universidade Harvard, nos EUA, Piñera é a terceira pessoa mais rica do Chile, segundo a revista Forbes, e comanda uma coalizão de centro-direita chamada Chile Vamos.

"Quando chegou à Presidência pela primeira vez, ele governou com tecnocratas. Agora, tende a ser mais político", considera Guillermo Holzmann, professor de Ciências Políticas da Universidade de Valparaíso. O mercado vê com bons olhos a eleição do candidato.

A desaceleração da economia chilena "influencia" essa aceitação, segundo Holzmann. "A percepção é de que a economia está estancada e que, com Piñera, voltaria a crescer", diz Holzmann. O Chile cresce menos de 2% ao ano, afetado pelo desempenho da China - principal comprador de cobre do país andino.

Na campanha, ele prometeu reativar a economia e reduzir o tamanho do Estado - buscando atrair investimentos internacionais - assim como melhorar segurança pública, saúde, educação, transporte e qualidade de vida da população. Outra garantia que dá é a de que vai separar a política dos negócios.

Piñera tem sido um dos críticos mais duros dos escândalos de corrupção que estremeceram o atual governo. Seus opositores o acusaram, no entanto, de conflito de interesses em diferentes ocasiões, o que nega.

"Em termos de conflito de interesse, Piñera sempre nos surpreende", disse o deputado do Partido Comunista (PC), Daniel Núñez. Segundo ele, o ex-presidente teria criado uma lei de pesca após suas empresas terem investido no setor.

Caso vença no segundo pleito, uma cena de 2010 pode se repetir: naquele ano, Bachelet passou a faixa para Sebastián Piñera. Quatro anos depois, em 2014, foi Piñera quem "devolveu" a faixa para Bachelet.

Jornalista

O sociólogo, jornalista e apresentador de televisão Alejandro Guillier têm 64 anos e entrou na política há apenas quatro, como senador independente, após três décadas de uma bem sucedida carreira nos meios de comunicação chilenos.

Ele representa seis de sete partidos da coalizão de centro-esquerda governista Nova Maioria. Guillier teve programas em que questionava políticos e a gestão pública, como o Factor Guillier.

Se vencer a eleição em dezembro, promete reformar a saúde, o sistema privado de pensões e aprofundar a reforma educacional iniciada por Bachelet.

Guillier é visto como a continuidade da atual presidente. Na quinta-feira, no encerramento da sua campanha, seus seguidores gritavam "pelo amor a Bachelet, votaremos em Guillier".

Entre os temas em que diverge de Piñera estão a presença do Estado na economia e políticas voltadas para os índios mapuches.

"Quero dizer à direita que nossos povos originários não são terroristas e que vamos reconhecê-los constitucionalmente", disse ele.

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