SÃO LUÍS - A polícia admite que, apesar da redução de assassinatos nas últimas horas na Região Metropolitana (somente três corpos deram entrada no IML), algumas áreas de São Luís ainda estão na mira de grupos criminosos. De domingo,12, até ontem,15, pelo menos oito assassinatos tiveram relação direta ou indireta com rixas de facções que ganharam força após a morte de Yuri de Paula Silva, de 26 anos, vulgo “Chacal”, integrante de facção criminosa da cidade, foi morto com 11 tiros na região da Maioba, em São José de Ribamar. Além dele, o padrasto de “Chacal”, o policial militar Josélio Rocha Sousa, também foi morto na ocasião.

Os locais de maior preocupação da polícia e considerados mais propícios para ataques de grupos criminosos são os bairros do Itaqui-Bacanga, em especial, Anjo da Guarda, Vila Embratel e Gapara, além de Pedrinhas - pela proximidade com o complexo penitenciário - e Coroadinho. O Serviço de Inteligência da polícia recebeu informações, nas últimas horas, de que marginais de facções, como o Bonde dos 40, estariam se organizando para invadir residências e estabelecimentos comerciais para matar integrantes de grupos rivais.

A polícia apertou o cerco e elevou o efetivo de homens nas ruas e avenidas nas últimas 72 horas. Policiais que antes exerciam funções administrativas no comando da PM, no Calhau, foram convocados para atuar na vigilância da cidade. Além da elevação no número de homens e viaturas, a polícia também intensificará as ações de blitz. “Nossa preocupação é com o bem-estar das pessoas. Por isso, a ordem do comando é apertar o cerco aos bandidos”, disse o major Cláudio André, comandante do 1º Batalhão da Polícia Militar.

No Coroadinho, várias ruas estão com policiamento fixo. Somente nas últimas horas no bairro, pelo menos duas pessoas - uma delas, um adolescente de apenas 15 anos de idade - foram assassinadas por supostamente serem de grupos criminosos. Os crimes tiveram características semelhantes já que, em ambos os casos, as vítimas foram mortas com vários tiros efetuados por homens em veículos não-identificados.

Já na Vila Embratel, além da morte de Miguel Souza Filho, vulgo “Pixote”, na madrugada de quarta-feira,14, horas antes havia sido assassinado Christian Brayan Romeu Braga, com quatro tiros. De acordo com informações do 1º Batalhão da Polícia Militar, ele era ex-presidiário e integrante de facção criminosa. Christian foi morto quatro homens, que se aproximaram da vítima e desferirem vários tiros.

Medo

Apesar das ações da polícia, ainda é visível o medo das pessoas ao circularem pelas vias da cidade. Mesmo com o feriado, muita gente precisou sair de casa bem cedo. “Eu tive uma noite mais tranquila hoje [ontem]. Mas a noite anterior foi de pânico. Fiquei com medo e praticamente não dormi”, disse Maria Bárbara Alencar, de 52 anos, moradora do Gapara.

Bonde dos 40 no Gapara

A Polícia Militar, por meio do 1º BPM, impediu uma ação criminosa no Gapara na manhã de ontem,15, organizada por grupos criminosos. De acordo com a ocorrência, três homens identificados como Giovanny de Araújo Amorim, de 20 anos, Lucas, e outro conhecido por “Mosquito” são acusados de tentarem organizar uma série de assassinatos no bairro, cujos alvos seriam integrantes de facções rivais. Destes, apenas um (Giovanny) foi preso até o momento.

Ainda de acordo com a polícia, há informações de que eles estejam escondidos em bairros próximos. A guarnição policial recebeu a informação, via celular, de que o grupo pretendia realizar assassinatos. Em ronda, policiais encontraram Giovanny em uma moto. Ele ainda empreendeu fuga, mas foi interceptado e conduzido para o plantão da Vila Embratel. A moto usada por Giovanny – uma Suzuki de placa NHE-6876 - era produto de roubo realizado no dia 13 deste mês.

A polícia ainda suspeita do envolvimento de outros homens. “Estamos perto de prender outras pessoas e, definitivamente, criar um ambiente mais tranquilo à população”, disse o major Cláudio André, do 1º BPM. Até o momento, ainda não há confirmação oficial de que a ordem para os crimes esteja partindo de presos em cumprimento de pena em unidades carcerárias do estado.

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