Folia de Momo

Escolas e blocos organizados ameaçam não desfilar no Carnaval 2018

De acordo com as agremiações, além da demora no repasse do pagamento das brincadeiras este ano, a cota repassada pelo poder público é considerada baixa

Thiago Bastos / O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h34
Clóvis Cantanhede, Silvana Fontenele e Paulo Salaia dirigentes de agremiações carnavalescas
Clóvis Cantanhede, Silvana Fontenele e Paulo Salaia dirigentes de agremiações carnavalescas ( Clóvis Cantanhede, Silvana Fontenele e Paulo Salaia dirigentes de agremiações carnavalescas)

SÃO LUÍS - As escolas de samba e blocos organizados de São Luís ameaçam não desfilar no Carnaval do ano que vem. De acordo com as agremiações, além da demora no repasse do pagamento das brincadeiras, este ano, a cota a ser repassada pelo Governo do Maranhão e Prefeitura de São Luís é considerada baixa.

Atualmente, segundo a Academia Maranhense de Blocos Carnavalescos, as agremiações do grupo A tem direito a receber R$ 6 mil da Prefeitura e R$ 25 mil do Governo. Já as do grupo B recebem do Estado e do Município, R$ 15 mil e R$ 6 mil, respectivamente.

Academia quer a elevação desses valores, considerando os altos custos para montar as agremiações para o desfile carnavalesco. A entidade sugere os seguintes valores: R$ 15 mil da Prefeitura e R$ 35 mil do Governo do Estado aos blocos do grupo A. Já os do grupo B receberiam R$ 10 mil e R$ 25 mil. “São valores que consideramos justos e mais compatíveis com a festa que proporcionamos”, disse Paulo Salaia, responsável pelo bloco Os Feras, quinto colocado no Carnaval deste ano.

A representante do bloco Os Brasinhas (sétima colocada no Carnaval 2017), Silvana Fontenele, informou que, até o momento, nenhum representante da atual gestão estadual conversou com os representantes das agremiações para falar sobre a folia de 2018. “Tentei, na semana passada, conversar com o secretário estadual de Cultura, Diego Galdino, para falar sobre isso. Até o momento, não houve qualquer sinalização por parte do estado”, disse.

Para José Clóvis Lopes, que integra o bloco os Tremendões (segundo lugar no Carnaval deste ano), a falta de preocupação do poder público é prejudicial para a cultura. “Não se pode conceber que uma festa maravilhosa como esta seja tratada desta forma pelo poder público”, disse.

Escolas de samba

Na semana passada, representantes da Liga das Escolas de Samba do estado se reuniram com integrantes do Governo do Maranhão para exigir a antecipação e o aumento da verba pública às brincadeiras. Segundo a Liga, houve resposta negativa por parte do governo. Uma nova reunião para tratar do tema deverá ocorrer nos próximos dias.

Entenda

Os blocos organizados reclamam da queda dos valores repassados pelo poder público, nos últimos anos. De acordo com a Academia Maranhense de Blocos Organizados, até 2014, os grupos recebiam até R$ 50 mil para as apresentações nos circuitos de folia e na passarela. Segundo a entidade, este valor caiu pela metade nos últimos três anos.

Outro lado

Em nota, o Governo do Maranhão por meio da Secretaria de Estado da Cultura e Turismo (Sectur) informou que já fez o pagamento de todos os blocos tradicionais e Escolas de Samba que participaram da programação do ‘Carnaval de Todos 2017’. Para 2018, está assegurado o pagamento do mesmo valor deste ano, sendo R$ 25 mil para os Blocos Tradicionais e R$ 95 mil para as Escolas de Samba. O pagamento será feito em duas parcelas, sendo a primeira no dia 15 de janeiro e a segunda após as apresentações.

Até o fechamento desta edição, a Prefeitura de São Luís não emitiu parecer.

Frase

“São valores que consideramos justos e mais compatíveis com a festa que proporcionamos”,

Paulo Salaia

Responsável pelo bloco Os Feras

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