Conscientização

Caminhada pelo fim do feminicídio realizada em SL

Familiares e amigos de vítimas desta violência se uniram em caminhada na Avenida Litorânea; intenção era chamar atenção de todos para o mal que assola a sociedade cada vez mais

Robert W. Valporto / O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h34

Iarla, Nathália, Gilce, Mariana, Alanna, foram vítimas de feminicídio em São Luís e na tarde de sábado, 11. Seus nomes foram lembrados em uma caminhada que visava chamar a atenção da população para este tipo de violência, que tem se tornado cada vez mais frequente.

A caminhada seguiu pela Avenida Litorânea e teve a participação de familiares, amigos e conhecidos de muitas dessas vítimas, além de autoridades das Delegacias da Mulher e do Governo do Maranhão.

Uma das presentes nessa caminhada foi Flor de Lis Menezes, mãe da Mariana Costa, estuprada e assassinada pelo cunhado, Lucas Porto, no ano passado. Ela comentou sobre a participação nesse tipo de atividade. "Nós estamos aqui para mostrar que esse é o momento de nós nos unirmos para combater esse mal que assola nossa sociedade. Nós vamos vencer", disse.

Outra a ter um ente familiar vítima de feminicídio foi a dona de casa Itala Bezerra, que perdeu a irmã, Gilce Bezerra, morta pelo ex-marido em 2015. "Minha irmã tinha apenas 26 anos quando um covarde tirou sua vida. Hoje, ele continua foragido e não pagou pelo crime que cometeu. Enquanto isso, o filho deles não consegue superar a dor de perder a mãe. Nós precisamos de ajuda para que ele pague pelo que fez", relatou, em lágrimas.

A delegada Viviane Azambuja, chefe do Departamento de Feminicídio do Maranhão, comentou sobre a importância dessas atividades no auxílio do combate desse problema. "Nós estamos notando que quanto mais informações as mulheres estão tendo, elas conseguem identificar que estão em um relacionamento abusivo e denunciam isso para evitar problemas ainda maiores. Esses problemas começam cedo, às vezes sem que percebamos, com um ciúme bobo. Isso precisa ser combatido", enfatizou.

Outra a comentar sobre o tema foi Kazumi Tanaka, coordenadora das Delegacias da Mulher do Maranhão. "Queremos deixar claro para as mulheres que o feminicídio é o ápice da violência contra ela. Isso começa cedo e ela precisa combater isso nas raízes para evitar problemas maiores que podem destruir toda uma estrutura de mais de uma família", concluiu.

SAIBA MAIS

Feminicídio é o homicídio doloso praticado contra a mulher por “razões da condição de sexo feminino”, ou seja, desprezando, menosprezando, desconsiderando a dignidade da vítima enquanto mulher, como se as pessoas do sexo feminino tivessem menos direitos do que as do sexo masculino. As mulheres que quiserem denunciar algum tipo de violência sofrida, podem o fazer por meio do disque 100, 190 ou pelo telefone (98) 3214-8650, da Delegacia Especial da Mulher de São Luís.

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