BRASÍLIA - Em 14 de novembro o Dia Mundial do Diabetes levanta diversas discussões sobre a doença que já atinge mais de 415 milhões de pessoas no mundo e causa mais de 5 milhões de mortes anuais. Considerada uma das epidemias do século XXI, a estimativa é que em 2040 mais de 642 milhões de pessoas tenham a doença.
Muitos pacientes portadores do diabetes não sabem sobre todas as complicações que podem ser causadas pela patologia. O Diabetes é capaz de afetar o olho por inteiro, desde a córnea passando pelo cristalino e formando as cataratas, que podem ser consideradas mais comuns em pessoas com diabetes.
Ainda com relação à saúde ocular, o diabetes induz também uma maior incidência de glaucoma e a mais temida de todas as complicações que, de acordo com especialistas, é sem dúvida a retinopatia diabética.
Causas
Atualmente, as duas maiores causas de cegueira irreversível, ou seja, sem chances de recuperação visual, são glaucoma e a retinopatia diabética. “Trabalhando há mais de 30 anos com diabéticos, a retinopatia é uma grande preocupação, por que apesar da gravidade, ela pode ser prevenida com acompanhamento médico, principalmente se tratada precocemente”, explica o médico Márcio Ávila, referência oftalmológica no país.
O descontrole glicêmico é principal fator de risco para surgimento da retinopatia. "Nós costumamos dizer que, caso aja negligência, o paciente diabético tem cerca de 30 vezes mais chances de se tornar cego e que 80% deles podem apresentar a retinopatia após 5 anos da doença. Se o diabetes está descontrolado, a chance de retinopatia se torna muito alta", ressalta o médico presidente do CBV Hospital de Olhos.
O controle glicêmico é fundamental. A velocidade do desenvolvimento da retinopatia pode ser lenta ou rápida, a depender deste controle realizado pelo paciente. Aqueles que mantêm o controle regular glicêmico e têm cuidados diários com a alimentação, além do uso adequado das medicações, apresentam chance muito menor de apresentar a retinopatia diabética – que é responsável por 5 a 8% de cegos no mundo.
Pacientes diagnosticados com o diabetes que possuem controle sobre a doença o indicado é ao menos uma visita anual ao oftalmologista. Quanto aos pacientes com baixo controle ou que já tenham a retinopatia, a consulta deve ser realizada de seis em seis meses, e a depender do caso, até mensalmente.
SAIBA MAIS
Retinopatia diabética: tratamento
Uma vez instalada esta doença ocular é considerada irreversível. Por isso o melhor tratamento ainda é a prevenção. Somente por meio de visita periódica ao oftalmologista é possível realizar o diagnóstico precoce da retinopatia, aumentando consideravelmente o tratamento e os resultados.
O tratamento inicial consiste na aplicação de raios lasers ou por meio da injeção intraocular de medicamentos antigênicos – desenvolvidos pela medicina moderna e que atuam diretamente nos vasos da retina que estão lesados, diminuindo sangramentos, a formação de gordura e impede a perpetuação da retinopatia diabética.
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