Eleiçoes 2018

Flávio Dino não participa de lançamento de Manuela para a disputa da Presidência

Comunista se limitou a desejar “boa sorte” à correligionária em rede social, e não foi ao ato oficial do PCdoB, que ocorreu na tarde de ontem em Brasília

Ronaldo Rocha da editoria de Política

Atualizada em 11/10/2022 às 12h34
Manuela d''Ávila lançou oficialmente ontem a sua pré-candidatura, em Brasília
Manuela d''Ávila lançou oficialmente ontem a sua pré-candidatura, em Brasília (Manuela D'Ávila)

O governador Flávio Dino não participou ontem do ato de lançamento da pré-candidatura de Manuela d’Ávila, do PCdoB, à Presidência da República. O nome da comunista foi anunciado oficialmente pela sigla numa coletiva de imprensa, em Brasília.

Contrariado com a candidatura de Manu, como é conhecida no meio político, Dino limitou-se a desejar “boa sorte” à correligionária em seu perfil, em rede social. Ao longo do dia, ele cumpriu agenda de trabalho em São Luís, e não se deslocou ao Distrito Federal.

A insatisfação de Dino com o lançamento do nome de Manu à Presidência da República tem relação direta com a aliança com o Partido dos Trabalhadores (PT) no Maranhão.

O governador pretende manter-se atrelado ao PT e aos ex-presidentes Luiz Inácio Lula e Dilma Rousseff, e fortalecer o seu palanque nas eleições de 2018, assim como ocorreu em 2014.

A candidatura própria do PCdoB, contudo, pode atrapalhar a estratégia do comunista. Isso porque além da insatisfação do PT com a candidatura do PCdoB no plano nacional, o governador do Maranhão também teria de priorizar a candidatura própria do seu partido político.

Nos bastidores, lideranças do PT – que ainda trabalham pela candidatura de Lula -, apontam a impossibilidade de dividir o palanque de Dino com Manuela d’Ávila.

Além do PT, outro partido que deve se afastar oficialmente de Flávio Dino após o lançamento do nome de Manu, é o PSDB que formou chapa majoritária com o comunista em 2014.

Já sob novo comando no Maranhão e com o fortalecimento da tese da candidatura própria do senador Roberto Rocha ao Executivo, o PSDB já descarta a reedição de aliança.

Discreto – Em seu perfil em rede social o governador Flávio Dino se manifestou apoio discreto – e quase que protocolar -, à pré-candidatura de Manu.

“Boa sorte, Manu. Tenho convicção de que sua pré-candidatura expressará um programa transformador, a serviço dos mais pobres e da nossa nação”, disse.

No ano passado, Flávio Dino participou ativamente de um movimento contrário ao impeachment da então presidente Dilma Rousseff e chegou a acompanhar o processo em Brasília.

Foram vários os compromissos na capital federal naquela ocasião. A movimentação de Dino ganhou destaque negativo nacional, após o então presidente da Câmara Federal, Waldir Maranhão (PP), ter anulado a votação da admissibilidade do processo de impeachment.

Flávio Dino chegou a admitir, na oportunidade, que havia sido consultado por Waldir e o orientado pela anulação do processo. A medida provocou forte crise em Brasília e o isolamento de Dino no plano nacional.

Saiba Mais

O Estado entrou em contato com o Governo do Maranhão e perguntou se o chefe do Executivo participaria do lançamento da pré-candidatura de Manuela d’Ávila em Brasília. Até o fechamento desta edição, contudo, não houve resposta.

Jefferson Portela não suporta pressão e desiste de candidatura

O secretário de Estado de Segurança Pública, Jefferson Portela, anunciou ontem a desistência de disputa das eleições 2018 pelo PCdoB. O anúncio ocorre após o acirramento da crise entre Portela e o secretário de Estado de Assuntos Políticos e presidente estadual do PCdoB, Marcio Jerry.

Portela, até o último fim de semana, defendia a condição de pré-candidato a deputado federal pela legenda. O mesmo posto preterido por Jerry, que é quem mantém o controle da legenda no Maranhão.

No mês de setembro, quando Portela declarou pré-candidatura à imprensa, Marcio Jerry não garantiu legenda ao correligionário.

Na oportunidade, Jerry disse que o nome do secretário de Segurança teria de ser avaliado pela sigla.

“Temos um candidato natural ao Governo do Estado, obviamente, que é o governador Flávio Dino e a gente vai, no momento próprio, decidir todas as candidaturas, porque decidiremos o projeto eleitoral do partido. E, aí, não decidiremos individualmente: A, B, C ou D. Definiremos um projeto eleitoral e todos os nomes que aspiram a uma candidatura serão igualmente avaliados para que o partido defina quais desses nomes irão concorrer às vagas de estadual e de federal”, pontuou.

Pouco mais de dois meses depois, Portela oficializou a desistência de candidatura.

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