Relações distintas

Atualizada em 11/10/2022 às 12h34

Aparentemente até sem motivos, e de maneira surpreendente, os comunistas acusaram o golpe do anúncio da candidatura da ex-governadora Roseana Sarney (PMDB) ao Governo do Estado. Mesmo com todos os gestos do governador Flávio Dino (PCdoB) em direção ao ex-presidente Lula, os comunistas não demonstram confiança de que o petista fique com ele a partir da candidatura de Roseana.
De fato, a relação entre Lula e Flávio Dino - formal, burocrática, meio que oficialesca, apesar dos discursos de esquerda parecidos - é totalmente diferente da relação que o petista mantém com Roseana, algo descontraído, próximo, efusivo e natural, que torna orgânica a movimentação dos dois pelo interior maranhense.
É preciso deixar claro que não houve qualquer manifestação de Lula em apoio a Roseana e nenhum gesto dela para ter o petista em seu palanque. Mas o simples histórico da relação das duas lideranças foi o suficiente para deixar os comunistas com uma espécie de pulga atrás da orelha desde a semana passada, temor que só piorou com o anúncio da pré-candidatura da comunista Manuela D’Ávila a presidente.
Roseana Sarney sabe do atrelamento do PT maranhense ao governo Flávio Dino - sobretudo após a eleição do seu presidente estadual, Augusto Lobato, fortemente submisso às diretrizes comunistas e empregado do Palácio dos Leões. Mas sabe também que Lula mantém uma relação de mera tolerância com o governador comunista. E isso é suficiente para mostrar a insegurança do governador com a sua candidatura.

Brandão fora
O vice-governador Carlos Brandão vai ter mesmo de buscar novo rumo partidário para se manter atrelado ao governador Flávio Dino (PCdoB).
O senador Tasso Jereissati (CE) exibiu ontem, em reunião com a presença do vice maranhense, a Resolução que dá ao senador Roberto Rocha o comando do PSDB no estado.
Jereissati deixou claro a Brandão que não existe qualquer possibilidade de o PSDB estar com Flávio Dino nas eleições de 2018.

Porta da rua
Assim como Carlos Brandão, o deputado Neto Evangelista e o prefeito de Ribamar, Luis Fernando Silva, vão ter de deixar o ninho tucano.
No PSDB maranhense, eles são os únicos que se mantêm atrelados a Flávio Dino, mesmo diante do posicionamento nacional do partido.
E para o tucanato nacional, a presença deles servirá, apenas, para dividir o partido internamente, fazendo o jogo do comunista.

No PT
Alguns petistas maranhenses resolveram fazer um convite público de filiação do governador Flávio Dino ao partido.
Para eles, é uma forma de garantir o apoio do partido ao comunista, depois que o PCdoB resolveu apresentar a ex-deputada Manuela D’Ávila como candidata a presidente.
Na avaliação dos petistas, a entrada de Dino no PT impediria, também, que o ex-presidente Lula se manifestasse favorável à candidatura da ex-governadora Roseana Sarney (PMDB).

Em campanha
Quem imagina que a candidatura de Manuela D’Ávila é para barganhar aliança com o próprio Lula, pode estar enganado.
Apenas um dia depois de ser anunciada como o nome do partido para a disputa presidencial, a pré-candidata já estrelava a propaganda comunista na segunda-feira.
Para muitos analistas, o PCdoB resolveu apresentar o nome de Manuela D’Ávila para cavar espaço de vice na chapa presidencial do PT.

Segundo turno
A candidatura da ex-governadora Roseana Sarney (PMDB) ao Governo do Estado garante a eleição em dois turnos no Maranhão em 2018.
Principal adversária do governador Flávio Dino, ela tem recall eleitoral capaz de polarizar a disputa com o comunista.
Sem falar no potencial eleitoral dos demais adversários já postos - Roberto Rocha (PSDB) e Maura Jorge (Podemos).

Agressão
A Federação Nacional dos Jornalistas - Fenaj encaminhou nota ontem à Redação na qual se manifesta sobre a agressão cometida por um policial militar contra o repórter de imagem de O Estado Paulo Soares.
A entidade repudia a truculência do policial e pede a punição do agressor. E diz ainda:
- A FENAJ lamenta profundamente que policiais sejam os principais agressores de jornalistas no Brasil e pede que o governo federal e os governos estaduais estabeleçam protocolos de atuação para as forças de segurança, no sentido de evitar que novas agressões ocorram.

DE OLHO

R$ 215 milhões, no mínimo, é quanto o governo Flávio Dino quer arrecadar com o leilão da gestão da folha de pagamento dos servidores do estado, hoje no Banco do Brasil.

E MAIS

• O afastamento do PCdoB do PT pode inviabilizar o projeto do deputado federal Waldir Maranhão de se tornar candidato a senador.

• Depois de forçar novamente a barra por sua candidatura ao Senado - e mais uma vez sem o efeito desejado - José Reinaldo dá novo tempo às articulações.

• O vereador Astro de Ogum ainda estuda a possibilidade de vir a disputar as eleições estaduais de 2018.

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