Michel Temer

Maia prega reorganização da base para votação de reforma da previdência

Presidente da Câmara Federal diz que, sem a unidade, fica difícil aprovação do texto-base

Atualizada em 11/10/2022 às 12h34

BRASÍLIA - O presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou nesta terça-feira, 7, que, a despeito de o governo e líderes dos partidos aliados terem admitido no dia anterior que a reforma da Previdência não tem condições de ser aprovada, o presidente Michel Temer precisa reunir e reorganizar sua base aliada para discutir proposta.

“O presidente [Temer] deve chamar seus líderes dos partidos, individualmente, e tentar mais uma conversa de forma bem tranquila, mostrando qual é o impacto da não realização da [reforma da] Previdência já em 2018. A despesa da Previdência está crescendo R$ 50 bilhões, R$ 60 bilhões por ano, e isso vai tornar o Brasil inviável em pouco tempo. Nós vamos caminhar para uma relação dívida – PIB bruto insustentável”, disse.

Maia defendeu que o Executivo demonstre aos parlamentares, aos líderes e aos partidos o impacto no Orçamento da União no próximo ano se a reforma não for aprovada. Ele reconheceu que a votação das duas denúncias contra Michel Temer gerou desgaste para aqueles que apoiaram o governo. Em ambos os casos, o Plenário negou autorização para processos contra o presidente da República no Supremo Tribunal Federal.

“Passamos cinco meses de muita tensão, e houve um desgaste muito grande para os deputados que votaram com o presidente Temer. Os deputados estão machucados. Tendo o desgaste, cabe ao governo reorganizar sua base para voltar a ter número e votar a Previdência”, disse Maia.

O presidente da Câmara afirmou ainda que o governo pode apresentar um texto mais enxuto para a reforma, tentando aprovar mudanças na idade mínima para aposentar e novas regras para os servidores públicos.

“É exagero falar em privilégios, mas os que ganham mais precisam contribuir do ponto de vista do tempo. Então, a idade mínima e uma transição para cada um possa contribuir um pouco mais, não vejo problema, mesmo porque a expectativa de vida no Brasil cresceu muito”, defendeu.

Outros projetos

O líder do PMDB na Câmara, deputado Baleia Rossi (SP), disse que o governo não tem os votos para aprovar a reforma da Previdência e, por essa razão, deveria focar em outros projetos – como os que buscam o ajuste fiscal (as MPs 805/17 e 806/17 e o PL 8.456/17), que não necessitam de um quórum qualificado.

“Não é pauta única, temos outros assuntos importantes que também dizem respeito à economia. Não acho que o governo, para pauta do ajuste fiscal, que é prioridade do governo e da Câmara, dependa exclusivamente da reforma da Previdência”, disse.

Vice-líder da Minoria na Câmara, o deputado Henrique Fontana (PT-RS) afirmou que o governo não conseguirá aprovar a reforma e defendeu que a Previdência seja debatida durante o processo eleitoral do próximo ano.

“Temos um governo sem legitimidade, que pagou e comprou a preço de ouro a manutenção do presidente da República. Não há nenhuma condição para que esse governo vote uma alteração no pacto previdenciário do País. O correto é debater profundamente a Previdência durante a campanha eleitoral do ano que vem, e cada um apresentar suas propostas”, propôs.

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