Ameaça

Trump diz que tempo da ''paciência estratégica'' com a Coreia do Norte acabou

Para o presidente americano, programa norte-americano é uma ameaça para o mundo. Ele recebeu apoio do premiê japonês, Shinzo Abe

Atualizada em 11/10/2022 às 12h34

TÓQUIO - O presidente americano, Donald Trump, afirmou que o tempo da "paciência estratégica" com a Coreia do Norte acabou, durante uma entrevista coletiva ontem em Tóquio, onde recebeu apoio à decisão de manter todas as opções sobre a mesa ante as provocações de Pyongyang.

Trump já havia advertido em ocasiões anteriores que Washington poderia ir além da diplomacia para frear o programa de armas nucleares norte-coreano e considerar uma intervenção militar.

"O programa norte-coreano é uma ameaça para o mundo civilizado e para a paz e a estabilidade internacionais", declarou em Tóquio, a primeira escala de uma viagem pela Ásia dominada pela crise com Pyongyang.

"A era da paciência estratégica acabou", completou, ao lado de seu anfitrião, o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe.

Abe, cujo país viu nos últimos meses o regime de Pyongyang lançar dois mísseis que sobrevoaram seu território, apoiou a política americana.

"Respaldamos a política de Trump de manter todas as opções sobre a mesa", afirmou, antes de destacar que o Japão derrubará os mísseis norte-coreanos, "se necessário". "Em tais casos, Japão e Estados Unidos manterão uma cooperação estreita", disse.

O chefe de Governo japonês anunciou ainda que Tóquio pretende "congelar os bens de 35 organizações e personalidades norte-coreanas", em uma lista adicional de sanções ao programa nuclear e de mísseis de Pyongyang, mas também relativa aos sequestros de japoneses pelos serviços secretos norte-coreanos nas décadas de 1970 e 1980.

Tiroteio no Texas

Trump chegou ao Japão no domingo, em um momento de grande tensão com a Coreia do Norte, entre os temores de que o regime de Kim Jong-Un estaria planejando outro teste nuclear ou de mísseis.

A viagem, a primeira de Trump ao continente asiático e a mais longa de um presidente americano em 25 anos, acontece após meses de tensão entre Washington e Pyongyang.

O presidente americano iniciou a viagem com a advertência de que "nenhum ditador deve subestimar" os Estados Unidos.

Mas em uma entrevista a um canal de televisão, que já estava gravada e foi exibida no domingo, deixou a porta aberta para um encontro com Kim Jong-Un, mas não imediatamente.

"Estaria disposto a fazer isto, mas veremos para onde isto vai. Eu penso que é muito cedo", disse, a respeito de uma eventual reunião com Kim, ao programa "Full Measure".

A aguardada visita foi ofuscada pelo tiroteio em uma igreja do Texas, que deixou pelo menos 26 mortos, uma tragédia que atribuiu a um problema de "saúde mental" do autor do ataque. Ele declarou que o acesso às armas no país não é o problema. "Temos um monte de problemas de saúde mental em nosso país, mas não é uma situação imputável às armas", afirmou durante a coletiva.

Encontro com o imperador

Depois do Japão, Trump viajará para a Coreia do Sul, China e para a reunião de cúpula da APEC (Fórum de Cooperação Econômica Ásia-Pacífico) no Vietnã. A viagem terminará com o fórum da Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN) na Filipinas.

Ontem, o presidente americano se reuniu com o imperador do Japão, Akihito, um encontro que gerou muita expectativa pelo complexo protocolo da Casa Imperial e pelas críticas a seu antecessor, Barack Obama, que saudou o monarca com uma marcada reverência.

Trump driblou os obstáculos inclinando apenas a cabeça diante do imperador, em um encontro no qual estava acompanhado pela primeira-dama Melania.

O presidente americano também tem um encontro programado com os parentes dos civis sequestrados pela Coreia do Norte para treinar seus agentes de espionagem e ensinar a língua e a cultura japonesa.

A Coreia do Norte admitiu o sequestro de 13 civis japoneses, mas Tóquio acredita que o número de casos é maior, incluindo o de uma adolescente de 13 anos raptada quando voltava da escola.

"Teremos uma atenção especial à questão dos direitos humanos na Coreia do Norte, um tema que muitas vezes é ignorado", disse uma fonte da Casa Branca.

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