Palanque esvaziado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h34

Não bastasse a confirmação da candidatura da ex-governadora Roseana Sarney (PMDB), que deu aos comunistas a indesejável certeza de que haverá segundo turno nas eleições de 2018, o governador Flávio Dino (PCdoB) amarga outro dissabor: a tendência é de que seu palanque esvazie à medida que forem sendo definidos os nomes do pleito presidencial.
Em 2014, como novidade da política, Flávio Dino navegou tranquilo por todas as candidaturas presidenciais - de Dilma Rousseff (PT) a Aécio Neves (PSDB), passando por Eduardo Campos (PSB) e até Marina Silva (Rede). A postura furta-cor foi possível, sobretudo, pelo leque de alianças que ele conseguiu no Maranhão, envolvendo direita e esquerda no mesmo balaio ideológico.
Para 2018, o comunista não terá a mesma facilidade. Já perdeu o PSDB, que terá palanque próprio no Maranhão, e tende a perder, também, o PSB, o PPS, e até o PTB e o DEM, que tendem a seguir a coligação com os tucanos em âmbito nacional.
Além disso, Dino terá de se virar para convencer os petistas a estar com ele, sobretudo após decisão do seu PCdoB de lançar a candidatura presidencial da ex-deputada federal Manuela D’Ávila.
O cenário eleitoral para o comunista que ora ocupa o Palácio dos Leões, é, portanto, muito mais obscuro do que aquele que ele planejou a partir de 2015, quando assumiu o governo,furtando sonhos de esperança e mudança nunca concretizados nestes três anos de mandato.

Tirania
Poupado pelo governador comunista em todas as suas fraquezas no comando da Secretaria de Segurança, o delegado Jefferson Portela amplia cada vez mais seu autoritarismo.
Além de perseguir a Associação dos Delegados, chegando a despejá-la de sua sede, o chefe da SSP também impõe regime de exceção aos subordinados.
Na semana passada, ele baixou Portaria em que determina processo administrativo contra um delegado de Imperatriz, que reclamou da falta de material de expediente na delegacia.

Onde está?
O secretário de Direitos Humanos Chico Gonçalves surpreendeu.
Para justificar equívocos vistos no dia a dia, ele questionou a própria existência do governo ao qual serve.
Nas redes sociais, Gonçalves simplesmente saiu-se com essa, citando Marx, inclusive: “Desde quando existe comunismo no Maranhão?”

Uma farsa?
O questionamento de Gonçalves sobre o comunismo de Flávio Dino deve ser respondido pelo próprio Flávio Dino.
Afinal, foi pelo PCdoB, e levantando as bandeiras do PCdoB que o governador elegeu-se nas eleições de 2014.
Se um dos principais aliados do governador questiona hoje onde está o comunismo maranhense, então a ideologia de Flávio Dino é uma farsa para enganar os maranhenses.

Novos cenários
As próximas pesquisas eleitorais a serem divulgadas sobre a corrida no Maranhão trarão dois novos elementos ao cenário.
Pela primeira vez, a ex-governadora Roseana Sarney (PMDB) aparecerá nos formulários como pré-candidata declarada ao governo.
E os levantamentos também deverão incluir o ex-secretário Ricardo Murad (PRP), anunciado há duas semanas.

Disposto a tudo
Um dos principais aspectos das entrevistas do vice-governador Carlos Brandão sobre o futuro do PSDB é a confirmação do seu atrelamento ao PCdoB.
Ele justifica que, desde 2014, o PSDB já sabia das ligações de Flávio Dino com as esquerdas e, mesmo assim, Aécio Neves esteve no palanque do governador.
Brandão deixa claro também que, se for necessário, vai apelar à Justiça pela permanência no comando tucano no estado.

Jogo duplo
Estranhamente, diante das ações de Brandão contra o projeto do PSDB, é o prefeito de Ribamar, Luis Fernando Silva, quem faz o meio de campo com o prefeito Sebastião Madeira.
O problema é que Luis Fernando quer permanecer no partido, mas sem se desvincular do atrelamento ao governo comunista.
As novas lideranças do PSDB descartam, no entanto, qualquer leniência com os traidores na legenda.

Clima de tensão
Os servidores da Casa Civil e principalmente da Secretaria de Administração e Previdência estão vivendo clima de tensão.
É que correu a notícia nos bastidores de que o governador Flávio Dino teria sancionado o projeto de lei que cria o Instituto de Previdência do Estado, aprovado recentemente pela Assembleia Legislativa.
O motivo da tensão seria a ameaça de missão que os servidores poderão sofrer, após a criação do instituto.

DE OLHO

R$ 430 milhões é o valor destinado pela bancada maranhense para as ações de saúde executadas pelo estado no Maranhão, ao contrário do que diz o governador.

E MAIS

• À medida que a campanha eleitoral vai ganhando corpo na mídia, vai se conhecendo aspectos nada lisonjeiros do deputado Jair Bolsonaro, que quer ser presidente da República.

• Ausente da corrida pelo Governo do Estado, o deputado Eduardo Braide se prepara para a disputa federal, de olho na Prefeitura de São Luís a partir de 2020.

• A população, mais uma vez, deve se preparar para enfrentar a greve de motoristas de ônibus, caso a classe venha a parar suas atividades.

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