Legalidade

Dodge se manifesta contrária a proibição do Uber no Brasil

Segundo a procuradora-Geral de Justiça, proibição do aplicativo seria “desproporcional”

Atualizada em 11/10/2022 às 12h34
Raquel Dodge disse que sera desproporcional proibir Uber no Brasil
Raquel Dodge disse que sera desproporcional proibir Uber no Brasil (Raquel Dodge)

Brasília - A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, se manifestou ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra a proibição do Uber e demais aplicativos de transporte individual.

Em parecer apresentado dentro de ação com o objetivo de barrar o serviço em Fortaleza, ela afirmou que tal regra seria “desproporcional”.

“A definição feita pelo Município de Fortaleza é desproporcional porque implica, no plano da efetividade, proibição do serviço [...] A proibição é forma de restrição ao princípio da liberdade e da livre iniciativa, feita por ente sem competência legislativa e em afronta ao princípio da proporcionalidade”, escreveu no documento.

O parecer foi entregue no fim de outubro dentro de ação do PSL que visa derrubar lei da capital cearense que proíbe o uso de carros particulares, cadastrados ou não em aplicativos, para o transporte remunerado individual de pessoas.

A lei aplica multa de R$ 1.400 para o condutor flagrado, valor que pode ser multiplicado por 4 em caso de reincidência.

Dodge pediu que o Supremo derrube a lei, apontando aspectos formais: para ela, o município não pode regular o transporte público, competência que cabe somente à União nesses casos.

A procuradora, porém, disse que a lei federal sobre o assunto deve colocar em equilíbrio vários princípios da Constituição. Se de um lado, argumenta, deve garantir proteção à livre iniciativa do motorista e a liberdade de escolha do consumidor, também tem de levar em conta o acesso a cidades sustentáveis e o bem-estar dos cidadãos.

A ação tem como relator o ministro Luiz Fux, e eventual decisão poderá servir de parâmetro para outras ações semelhantes em andamento no STF. Ainda não há data, porém, para o julgamento pelo STF.

Em junho deste ano, a Câmara Municipal de São Paulo apresentou ação para proibir o aplicativo. A decisão sobre essa ação terá a chamada repercussão geral, podendo vir a ser aplicada a todos os demais casos. O relator, Luís Roberto Barroso, ainda não marcou o julgamento.

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