Propina

Roberto Rocha aponta propina paga pela JBS a Flávio Dino em 2014

Declaração do senador ocorreu durante audiência da CPMI da JBS, no Senado, em que o ex-diretor da empresa J&F foi submetido a interrogatório Ricardo Saud. Assista ao vídeo

Atualizada em 11/10/2022 às 12h35

O senador Roberto Rocha (PSDB) apontou o governador Flávio Dino (PCdoB) como um dos chefes de Executivo eleitos em 2014, beneficiado por dinheiro de ‘Caixa 2’ da JBS.

A acusação do tucano ocorreu na manhã de ontem, durante interrogatório a que foi submetido o ex-diretor de Relações Institucionais da empresa J&F, Ricardo Saud, no âmbito da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da JBS, no Senado da República.

Na ocasião, Roberto leu trecho do depoimento de Saud dado ao Ministério Público Federal (MPF) na Operação Lava Jato, em que ele havia listado apenas 15, dos 16 partidos políticos de governadores eleitos beneficiados pela propina durante o processo eleitoral.

Rocha cobrou Saud o 16º nome. O interrogado afirmou que o nome poderia ser encontrado nos autos, e recorreu ao silêncio. Foi o que motivou a reação do senador maranhense.

“Falta um. Vossa senhoria poderia informar quem é que ficou protegido nesta conta?”, questionou, Roberto.

“Isso é muito fácil basta você ir nos autos. Mas vou permanecer em silêncio”, respondeu Saud.

“O senhor não pode dizer quem é o 16º governador que recebeu propina? Bom, eu vou dizer, senhor presidente. O 16º é o governador do Maranhão, do PCdoB, cujo irmão [Nicolao Dino] era a alma do doutor [Rodrigo] Janot. E talvez o doutor Ricardo Saud tenha o interesse de protege-lo a época. Isso está constando na declaração de prestação de contas do candidato a governador. A mesma JBS disse que deu R$ 13 milhões ao PCdoB. O PCdoB só tinha um candidato no Brasil. Era o candidato a governador do Maranhão. Exatamente este que o depoente tenta claramente proteger”, afirmou o tucano.

Apesar de o senador tucano ter apontado Flávio Dino como um dos beneficiados pelo Caixa 2, documentos encaminhados pela JBS à Operação Lava Jato, não incluem o então candidato do PCdoB.

Silêncio – Durante a audiência da CMPI da JBS no Senado, que investiga irregularidades em contratos entre a empresa dos irmãos Joesley e Wesley Batista e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Ricardo Saud ficou em silêncio e não respondeu a nenhuma das perguntas formuladas pelos parlamentares.

Ricardo Saud e os irmãos Batista estão presos desde setembro deste ano no Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília. Eles teriam mentido e omitido informações no acordo de delação premiada firmado com a Procuradoria Geral da República. O ministro do Luiz Edson Fachin, Supremo Tribunal Federal (STF), suspendeu os benefícios do acordo.

Outro lado

Por meio do seu perfil em uma rede social, o presidente do Diretório Estadual do PCdoB e secretário de Comunicação e Assuntos Políticos do Estado, Márcio Jerry, comentou as declarações do senador Roberto Rocha (PSDB) contra o governador Flávio Dino (PCdoB).

“Aparentando desequilíbrio, Roberto Rocha faz acusações absurdas a Flávio Dino numa tentativa desesperada de aparecer. Em 2012 e 2014 ajudamos a eleger Roberto Rocha acreditando numa regeneração política. Mostrou-se rapidamente em processo de degeneração”, disse Jerry.

Ainda segundo Márcio Jerry, “depois de trair vilmente seus aliados, Roberto Rocha resolve mentir desavergonhadamente. O desespero o faz cometer tais desatinos”, concluiu.

DISCURSO DE ROBERTO ROCHA NA TRIBUNA

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