Flávio Dino encurralado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h35

Aliados políticos do governador Flávio Dino (PCdoB) começam a pressioná-lo de várias formas - uns mais, outros menos - pela sua decisão em relação à chapa de senadores com a qual vai para a disputa de 2018. Os pré-candidatos - Weverton Rocha (PDT), Waldir Maranhão (sem partido), Eliziane Gama (PPS) e José Reinaldo Tavares (PSB) - querem uma definição de Dino para que possam botar o bloco na rua e buscar viabilização entre prefeitos, classe política e população.
E essa pressão de vários lados encurrala cada vez mais o governador.
Dino tem suas preferências para o cargo, mas sabe que não poderá contar apenas com elas para fazer suas escolhas. Se pudesse, já teria dado uma das vagas para um amigo pessoal (nomes como Mário Macieira, Francisco Gonçalves e Bira do Pindaré seriam os favoritos) e a outra para Waldir Maranhão, honrando o compromisso assumido quando da votação do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT).
O governador não tem afeições por Weverton Rocha, parece não confiar em Eliziane Gama e guarda ressentimento de José Reinaldo Tavares. Mas sabe que não pode, simplesmente, abrir mão desses aliados antes das convenções de julho de 2018. E vai querer empurrar a decisão até lá.
E é exatamente porque sabem da estratégia do governador que os pré-candidatos a senador começam a fazer pressão cada vez mais forte por uma decisão imediata. Afinal, sabem que, chegando julho, não terão tempo hábil para tomar outro rumo se forem preteridos. E ele só tem duas vagas.

Alternativa
O governador Flávio Dino tenta criar uma alternativa para evitar que o seu principal auxiliar, Márcio Jerry, seja candidato a deputado federal em 2018.
Ele tenta encontrar formas de fazer do deputado estadual Bira do Pindaré (PSB) um dos candidatos a senador em sua chapa, com Jerry de primeiro suplente.
Assim, garantiria um futuro mandato para o auxiliar e ainda o teria como coordenador de campanha no ano que vem.

Recado
O deputado federal Rubens Júnior (PCdoB) mandou um recado direto para o governador Flávio Dino durante evento de campanha do ex-governador José Reinaldo Tavares ao Senado.
O comunista lembrou que Tavares se sacrificou em 2006, 2010 e 2014 em favor das oposições, construindo, assim, as carreiras de Jackson Lago e do próprio Flávio Dino em âmbito estadual.
E pregou que em 2018 deve ser o ano de José Reinado, até como gratidão pelo que ele já fez por esses personagens.

Outro lado
O problema de Rubens Júnior é o vaivém de suas posições políticas - dele e de sua família.
Ele tem participado, ao lado do pai e da mãe, de todos os eventos de pré-campanha do deputado federal Weverton Rocha (PDT), também candidato a senador.
Aparecer agora defendendo José Reinaldo soa estranho ao projeto de poder criado pelos governistas.

Chapa pronta
Enquanto o grupo do governador Flávio Dino ainda bate cabeça para definir seus candidatos ao Senado, a ex-governadora Roseana Sarney navega em céu de brigadeiro nesse quesito.
Se decidir mesmo ser candidata a governadora, ela já tem a chapa de senadores pronta, com o ministro Sarney Filho (PV) e o atual senador Edison Lobão (PMDB).
E ainda pode contar com o também senador João Alberto como companheiro de chapa.

Pressão eleitoral
Apesar de insistir em afirmar que vai ser candidato a deputado federal em 2018, o deputado estadual Eduardo Braide (PMN) tem sofrido pressão por uma posição eleitoral diferente.
Sua candidatura a governador passou a ser defendida também por aliados do ex-governador José Reinaldo Tavares, que anda em busca de uma chapa majoritária.
Para muitos, se Braide perder a oportunidade de ser candidato, mesmo correndo o risco de ficar sem mandato, ele poderá se transformar em uma nova Eliziane Gama.

Outra imagem
O prefeito de São José de Ribamar, Luis Fernando Silva (PSDB), tem reclamado a aliados do isolamento que sofre em relação ao governo Flávio Dino.
Sem o apoio estadual que tinha no primeiro mandato - e sem acesso aos cofres federais - ele teme que sua gestão fracasse como fruto da imagem que criou de si próprio.
E o pior: não tem coragem de cobrar de Flávio Dino porque se posiciona de forma submissa em relação ao governador comunista.

DE OLHO

R$ 34 milhões é quanto custa o contrato do governo Flávio Dino com o Instituto Geri, para controlar o hospital instalado na já problemática Clínica Eldorado.

E MAIS

• Se depender do presidente Augusto Lobato, Flávio Dino pode encher o PT de amigos que ele assinará embaixo como petistas de quatro costados.

• O ex-vereador Fábio Câmara não consegue se definir entre o futuro em outra legenda ou no PMDB.

• A saída repentina do deputado Max Barros do PRP foi vista como “desnecessária” pelo ex-secretário Ricardo Murad, que não via qualquer motivo para a pressa.

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