Representantes do Ministério Público do Trabalho no Maranhão (MPT), da Organização Internacional do Trabalho (OIT) e do Centro de Defesa da Vida e Direitos Humanos Carmen Bascarán (CDVDH) anunciaram, na tarde de hoje (26), em entrevista coletiva na sede do MPT em São Luís (no Altos do Calhau), a implantação do Projeto de Combate ao Trabalho Escravo e Fortalecimento de Comunidades Vulneráveis no Estado do Maranhão. A iniciativa é uma parceria entre MPT e OIT, com a participação de organizações governamentais e não governamentais.
De acordo com os organizadores, a iniciativa visa evitar que novos maranhenses sejam vítimas de trabalho análogo à escravidão ou que voltem a ser explorados em condições degradantes. Segundo os idealizadores, o Projeto de Combate ao Trabalho Escravo e Fortalecimento de Comunidades Vulneráveis no Estado do Maranhão possui quatro eixos estratégicos: gestão de conhecimento, fortalecimento institucional de espaços participativos, empoderamento de sujeitos da ação e articulação de redes de proteção social.
Segundo o coordenador do Programa de Combate ao Trabalho Forçado da OIT Brasil, Antônio Carlos de Mello Rosa, a ideia é unir esforços. “O projeto pretende ser um ponto de articulação. Nossa intenção é potencializar as iniciativas existentes e dotar o Maranhão das ferramentas e do conhecimento necessário para combater o trabalho escravo”, lembra ele.
Ainda de acordo com o MPT, outro objetivo do projeto é fomentar a autonomia econômica de comunidades, a fim de evitar o aliciamento e a exploração de trabalhadores, fortalecendo as políticas públicas e capacitando os agentes públicos. “Só política de repressão não vai transformar a sociedade e acabar com o trabalho escravo”, explica a procuradora do Trabalho e coordenadora do Projeto pelo MPT no Maranhão, Virgínia de Azevedo Neves.
Pior IDH
O Maranhão possui o menor IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) do país, com 0,639. Além disso, é o maior fornecedor de mão de obra escrava do Brasil: 22,85% dos resgatados brasileiros declararam ter nascido no estado. Por causa desse perfil, o Maranhão foi escolhido para aplicação desse projeto.
Saiba Mais
- Inspeção resgatou 942 trabalhadores condições análogas às de escravo
- Taxa de condenação dos que empregam em regime de trabalho escravo é de 4,2%
- Maranhão possui seis empregadores na "lista suja" do trabalho escravo
- Documentário sobre trabalho escravo será lançado hoje em São Luís
- Banco da Amazônia é condenado no Maranhão por conceder crédito a cliente com nome na "lista suja" do trabalho escravo
Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais Twitter, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.