Dano à natureza

Maranhão registra 85 focos de incêndio por dia este ano

Dados são do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe); Grajaú é um dos 10 municípios com maiores registros de queimadas do país

Thiago Bastos / O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h35
Em um dia, foram registrados 261 focos de incêndio em cidades maranhenses
Em um dia, foram registrados 261 focos de incêndio em cidades maranhenses (Queimadas)

SÃO LUÍS - O Maranhão registra - até o momento - uma mé­dia de 85 focos de incêndio por dia este ano. Os dados são do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). De acordo com o órgão, Grajaú (distante 542 quilômetros da capital maranhense) é uma das 10 cidades com os maiores registros de queimadas no país. Na tarde de sexta-feira (20), o território maranhense registrou dez focos de incêndio, sendo um deles registrado na Avenida Litorânea, em uma área de dunas, que foi controlado pelo Corpo de Bombeiros do Maranhão (CBMMA). No domingo (22), última atualização do Inpe, foram 1.025 focos, o maior do país.

Dos 10 municípios brasileiros com maiores índices de focos nos últimos cinco dias no país, nove estão no Maranhão. São eles: Amarante do Maranhão (83), Alto Parnaíba (42), Fernando Falcão (40), Riachão (38), Mirador (37), Coroatá (36), Arame (33), Matões (30) e Parnarama (29). Fecha a lista o município de Morro Cabeça no Tempo, no Piauí, com 29 focos.

No dia 18 deste mês, foram registrados 261 focos de incêndio em cidades maranhenses, sendo este um dos maiores índices da semana passada. Em contrapartida, no dia 17 passado, não foram registrados focos de incêndio no Maranhão. Entre os fatores apontados para o índice de queimadas no estado estão as altas temperaturas e o manuseio equivocado de áreas consideradas de proteção ambiental, além do registro de ventos cuja velocidade supera os 60 quilômetros por hora.

No total, de acordo com o Inpe, foram verificados 25.190 focos de incêndio no estado, índice 65% superior ao registrado durante todo o ano passado, quando houve 15.269 incêndios. Em 2015, foram 20.695 focos de queimadas. Somados, os anos de 2013 e 2014 registraram 27.527 casos.

Lideram as estatísticas de incêndios este ano as cidades de São Félix do Xingu, no Pará (10.041); Altamira, também no Pará (6.320); Porto Velho, em Rondônia (4.141); Corumbá, no Mato Grosso do Sul (4.020); Novo Progresso, no Pará (3.113); Colniza, no Mato Grosso (2.726); Grajaú, no Maranhão (2.589); Cumaru do Norte, no Pará (2.296); Lagoa da Confusão, no Tocantins, (2.120) e Apuí, no Amazonas (2.034).

Previsão
Em São Luís, de acordo com o Instituto de Meteorologia da Universidade Estadual do Maranhão (Uema), as temperaturas elevadas serão comuns até o fim deste ano. As chuvas serão isoladas e a preocupação é com áreas que possibilitem a ocorrência de queimadas. Em média, os termômetros na cidade deverão registrar entre 26ºC e 35ºC.

De acordo com os especialistas, a profusão de queimadas causa uma série de malefícios, que vão desde a perda de espécies vegetais à perda de fertilidade do solo. Outro prejuízo é em relação à poluição, cujo índice se eleva a partir da proliferação de focos de incêndio no país. Segundo o Inpe, boa parte das causas dos incêndios é acidental.

Perdas
Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que o país perde, a cada ano, cerca de 15 mil quilômetros quadrados de florestas naturais de incêndios. Para se ter uma ideia do dano, a área afetada equivale a aproximadamente 16% das dimensões do atual território de Portugal, por exemplo.

SAIBA MAIS

Lista dos 10 municípios do Brasil com mais focos acumulados neste ano

São Félix do Xingu (PA) – 10.041
Altamira (PA) – 6.320
Porto Velho (RO) – 4.141
Corumbá (MS) – 4.020
Novo Progresso (PA) – 3.113
Colniza (MT) – 2.726
Grajaú (MA) – 2.589
Cumaru do Norte (PA) – 2.296
Lagoa da Confusão (TO) – 2.120
Apuí (AM) – 2.034

Fonte: Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe)

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