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Hoje é Dia do Engenheiro Civil

Atualizada em 11/10/2022 às 12h35

A Engenharia Civil é uma das mais antigas profissões da humanidade. A primeira designação para a engenharia civil vem do latim da época dos romanos “Ingenium Civitas”, isto é, Engenharia das Cidades ou Engenharia da Civilização, pois era a profissão que durante o Império Romano tinha a responsabilidade de projetar e construir pontes, estradas, sistemas de esgotos, termas, aquedutos ou qualquer obra ligada à vida das pessoas em sociedade.
A atuação do engenheiro civil é de reconhecida importância social e econômica, que deve responder pelo atendimento de funções básicas da sociedade em que está inserida, visando o seu bem-estar e desenvolvimento, através de sua participação científica, tecnológica e administrativa nas mais variadas obras, estudando e propondo soluções.
Os engenheiros civis, “engenheiros dos tempos de paz”, são também altamente especializados em criar soluções para construções mais difíceis, trazendo conforto, bem-estar e segurança para a sociedade. As suas realizações trazem uma enorme gratificação, pois é uma profissão em que o resultado do seu trabalho permanece por longo período de tempo servindo a humanidade, como uma ponte, um túnel, uma rede de esgotos, uma rede de abastecimento de águas, um edifício dentre outras obras.
A história da Engenharia Civil se confunde com a história da humanidade e, portanto, com a história da civilização, desde a Idade Antiga até a Idade Moderna.
Não poderíamos deixar de citar algumas das grandes obras de engenharia da antiguidade celebradas até a nossa era, como o Farol de Alexandria, as Pirâmides do Egito, os Jardins Suspensos da Babilônia, a Acrópole de Atenas, o Parthenon, os aquedutos romanos, o Coliseu de Roma, a Grande Muralha da China e tantos outros monumentos, patrimônios eternos da humanidade.
Nos tempos modernos, a engenharia civil produziu mudanças na geografia da Terra, com a construção de grandes canais, como o Canal de Suez ligando o Mar Mediterrâneo ao Mar Vermelho, e o Canal do Panamá ligando o Oceano Atlântico ao Oceano Pacífico, construção de ilhas artificiais para grandes aeroportos, pontes, túneis submarinos, ferrovias transcontinentais, hidrelétricas e muitas outros.
A Construção Civil tem sido historicamente, um dos segmentos mais importantes da economia brasileira, ocupando papel de destaque no cenário nacional, por gerar grande número de empregos diretos e indiretos, absorvendo um terço dos trabalhadores envolvidos em atividades industriais. Neste cenário tem grande representatividade na composição do PIB (Produto Interno Bruto). Além da indiscutível importância social dos seus produtos finais, o setor é um sustentáculo para o desenvolvimento de outros ramos industriais, produtores de insumos e equipamentos.
Ressalte-se que, a construção civil foi um dos pilares que marcou o crescimento brasileiro, e proporcionou um grande desenvolvimento no país. A excelência da engenharia civil brasileira também fica demonstrada pela grandeza e complexidade das maiores obras do país, entre as quais podemos citar: o Mirante do Vale (SP), cujo projeto foi do engenheiro Waldomiro Zarzur; a ponte Rio Niterói (RJ), que liga Niterói à cidade do Rio de Janeiro, uma das obras mais marcantes da engenharia civil do Brasil; o Complexo Hidroelétrico de Itaipu (PR) e outros.
No Maranhão, um nome está ligado aos importantes projetos e obras estruturais da engenharia: o engenheiro civil e nuclear Haroldo Olympio Lisboa Tavares. Quando então Secretário de Viação e Obras Públicas do Maranhão, do Governo José Sarney, Haroldo Tavares preparou a cidade de São Luís para a urbanização planejada de novas áreas, a exemplo do Porto do Itaqui, Variante Ferroviária Pedrinhas-Itaqui, Barragem do Bacanga, Pontes do Caratatiua e São Francisco, o Bairro do Anjo da Guarda, asfaltamento da Estrada de rodagem São Luís- Teresina. Quando prefeito, implantou uma nova concepção urbanística para a cidade, ao executar a maior e mais visível obra viária de São Luís - o Anel Viário - e o prolongamento da Avenida dos Franceses, Avenida dos Africanos e Avenida dos Portugueses, dentre outras obras estruturais que permitiram a integração de áreas serpenteadas pelo Rio Anil e Bacanga.
De forma a atender as metas de um governo que tinha como objetivo retirar o Maranhão do atraso, o que Haroldo Tavares percebeu ser extremamente difícil. O quantitativo de engenheiros era ínfimo, apenas 35, para concretizar tantas ideias. Então era urgente a criação de uma Escola de Engenharia. Juntamente com os engenheiros civis Francisco Baptista Ferreira e José Ribamar Araújo, formou uma comissão que organizaria uma escola autônoma. Em 12 de julho de 1967, através do decreto nº 3 574, o grande sonho se fez realidade, quando foi criada a Escola de Engenharia do Maranhão, atendendo à meta do governo José Sarney de instalar “uma sala de aula por dia, um ginásio por mês e uma faculdade por ano”. Em 01 de fevereiro de 1968, instala-se, na cidade de São Luís, na Rua Viana Vaz, a referida Escola.
A engenharia civil está presente em todos os lugares onde existe a presença da civilização e em todos os momentos da nossa vida, enquanto cidadãos. Está presente, quando dirigimos nosso automóvel por uma rodovia, circulamos por rua ou avenida, no metrô que viajamos, no edifício que trabalhamos, na residência em que vivemos, na água potável que bebemos e utilizamos, no lixo ou esgoto que descartamos, na energia elétrica que consumimos, nos aeroportos que decolamos e aterrissamos com as aeronaves, nos portos onde são feitos os transbordos de mercadorias, nas ferrovias que transportamos passageiros e cargas, nas hidrovias, nos túneis, no trânsito urbano, no planejamento urbano e territorial, nas barragens e diques, nas pontes e viadutos, nas escolas, nos hospitais, nas indústrias, nas fundações dos edifícios e pontes, nas áreas de lazer que frequentamos, enfim, em qualquer espaço construído ou modificado pelo homem na superfície e subsuperfície terrestre.
O dia 25 de outubro é o dia do Engenheiro Civil, também sendo celebrado pela Igreja Católica o dia de São Frei Galvão, o frade franciscano que se tornou primeiro santo brasileiro, em maio de 2007. O religioso foi o construtor do Mosteiro da Luz (SP), onde acumulou, como conta a história, as funções de projetista, empreiteiro, mestre de obras e até de pedreiro. Por essas atividades lhe é conferido o título de padroeiro da construção civil.
É por isso que temos orgulho do que fazemos e do nosso nobre título de “engenheiro civil”. Assim, com alegria e genialidade, continuaremos trabalhando com entusiasmo e amor, e contribuindo para o desenvolvimento do nosso Maranhão e do nosso Brasil. Parabéns a todos os engenheiros e engenheiras civis e a todos aqueles que fazem a construção civil, pela data de hoje.

Waldimar Ferreira Azevedo
Engenheiro civil e professor adjunto IV, do curso de engenharia da Uema; graduado pela Escola de Engenharia do Maranhão, atual Uema, pós-graduado pela Universidade Federal de Santa Catarina

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