Atingindo o fígado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h35

Por mais indefinida que tenha sido a “Carta aos Maranhenses” divulgada na noite de segunda-feira, 23, pelo ex-secretário, ex-deputado federal e estadual, ex-prefeito e ex-candidato a governador Ricardo Murad, ela teve um efeito quase ensurdecedor no Palácio dos Leões, hoje ocupado pelos comunistas que ora detêm o comando do governo.
Na verdade, o movimento de Murad já os havia aturdido desde a sexta-feira, quando foi anunciada sua transferência do PMDB para o PRP - embora sem dizer exatamente a qual cargo ele concorreria em 2018.
Murad continua sem dizer se vai disputar o governo, o Senado, ou vagas nas Casas Legislativas, mas sua manifestação pública acuou os aliados do governador, muitos dos quais já acenavam para “uma reeleição tranquila de Flávio Dino”.
Os comunistas sabem que, num embate de poder com Ricardo Murad, nenhum processo eleitoral será tranquilo. Forte, convicto e pronto para qualquer disputa, o ex-secretário é o tipo mais difícil de adversário, porque não se dobra facilmente e está sempre pronto a atacar em todos os flancos possíveis.
E no documento tornado público na noite de segunda-feira, ele já deixou claro que a batalha começou bem antes da campanha propriamente dita. Vai percorrer o Maranhão mostrando o que fez e o que Flávio Dino não fez, num tête-à-tête com prefeitos, lideranças políticas e populares.
Como já se sabe há três anos, o comunista que ora ocupa o poder no Maranhão tem muito a explicar à população. Faltava alguém para expor essas feridas.

Presença forte
Em nenhum trecho de sua “Carta aos Maranhenses” o ex-secretário Ricardo Murad dá qualquer sinal de que será candidato a cargo majoritário em 2018.
Ele afirma, apenas, que participará ativamente da campanha, como candidato.
De qualquer forma, sua presença na disputa, em qualquer circunstância, é um tormento para qualquer adversário.

Indelicadeza
O governador Flávio Dino (PCdoB) fez duas desfeitas em apenas um dia tendo como alvo o segmento evangélico no Maranhão.
Na segunda-feira, 23, dizendo-se gripado, mandou o chefe da Casa Civil Marcelo Tavares receber o embaixador de Israel. Mas foi visto em Alcântara, em evento quilombola.
No mesmo dia, os líderes da Associação de Ministros do Evan­gelho no Maranhão foram informados de que não haverá apoio do governo comunista para a Marcha para Jesus, no dia 2 de no­vembro.

Toma lá, dá cá
O curioso é que parte do segmento evangélico tem sido submissa ao governador comunista.
Pastores e líderes têm feito campanha aberta para o comunista nas igrejas, sobretudo nas pentecostais.
Aliados de Dino na Assembleia justificam que, em troca, esses líderes têm sido agraciados com cargos e espaços de poder na estrutura do governo.

Recordista
A deputada Graça Paz (PSL) respondeu ontem à provocação do colega Othelino Neto (PCdoB), de que o senador Roberto Rocha “é alérgico a votos”.
- Como alguém que sempre se elegeu a todos os cargos que dis­putou, e é o deputado federal mais votado da história do Maranhão, pode ser alérgico a votos? - questionou a parlamentar.
Em discurso na tribuna da Assembleia, Graça lembrou que Ro­berto é filho de outro vencedor, o ex-governador Luiz Rocha, que ocupou todos os postos no estado, menos o de senador.

Herdeiro político
Têm sido cada vez mais duras as declarações do prefeito de Timon, Luciano Leitoa (PSB), em relação ao senador Roberto Rocha.
O curioso é que Rocha foi um dos maiores colaboradores do pai de Luciano, o também ex-prefeito Chico Leitoa (PDT).
Leitoa chegou, inclusive, a defender a candidatura do tucano em várias eleições de governador do Maranhão.

Prisão
A ex-prefeita de Bom Jardim, Lidiane Leite da Silva, a “prefeita ostentação”, teve prisão decretada ontem, pela Justiça da Comarca de Bom Jardim.
A prisão de Lidiane foi convertida em domiciliar, sem uso de tor­nozeleira eletrônica, porque ela atualmente amamenta uma crian­ça de 5 meses.
Já o seu marido, Beto Rocha, ex-secretário de Articulação Política de Bom Jardim, não foi encontrado e é considerado foragido.

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E MAIS

• Se optar por disputar vaga de senador pelo Maranhão, Ricardo Murad ainda terá que negociar espaços em chapas da oposição.

• O ex-vereador e ex-candidato a prefeito de São Luís Fábio Câmara também estuda deixar o PMDB para a disputa das eleições de 2018.

• Único deputado estadual do PRP na Assembleia Legislativa, Max Barros ainda não se manifestou sobre a entrada de Ricardo Murad no partido.

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