Medidas

Separatistas da Catalunha discutirão intervenção de Madri

Sessão plenária pode durar até sexta, quando Senado espanhol se reúne para aprovar a destituição do governo regional proposta pelo executivo de Mariano Rajoy

Atualizada em 11/10/2022 às 12h35
Lluis Corominas, porta-voz do partido Junts pel Si (Juntos pelo Sim) durante conferência
Lluis Corominas, porta-voz do partido Junts pel Si (Juntos pelo Sim) durante conferência (Lluis Corominas, porta-voz do partido Junts pel Si (Juntos pelo Sim) durante conferência )

ESPANHA - Os partidos separatistas da Catalunha sugeriram ontem realizar uma sessão plenária na próxima quinta-feira,26, para analisar a "agressão institucional", que, segundo eles, implica a intervenção do governo espanhol na autonomia regional, informou o porta-voz da maioria parlamentar. A sugestão é divulgada no mesmo dia que, em Bruxelas, a Comissão Europeia defendeu a intervenção de Madri.

Segundo Lluís Corominas, porta-voz parlamentar da coalizão no poder, Junts pel Sí (Juntos pelo Sim), a sessão plenária pode durar até sexta, quando o Senado espanhol se reúne para aprovar a destituição do governo regional proposta pelo executivo central de Mariano Rajoy.

'Desobediência Civil'

A realização do plenário era uma exigência da facção mais radical do separatismo na Catalunha, o partido de extrema-esquerda CUP, que alertou, em um comunicado nesta segunda, que a intervenção do governo regional por parte de Madri terá uma resposta na "desobediência civil em massa".

Esta formação, apoio-chave do presidente regional Carles Puigdemont, assegura que a intenção do governo espanhol de destituir o executivo catalão e controlar seu parlamento "é a maior agressão contra a região desde a ditadura de Francisco Franco" (1939-1975).

"Uma agressão que, se aplicada, encontrará uma resposta na forma de desobediência civil em massa por parte da cidadania", afirma o partido com dez deputados entre os 135 no parlamento regional e que prometeu detalhar suas propostas ao longo da semana.

Além disso, o partido exige de novo a proclamação o mais rápido possível de uma república independente, suspensa por Puigdemont há duas semanas para tentar estabelecer uma mediação com o governo de Mariano Rajoy para resolver o conflilto.

Bruxelas defende intervenção

Também ontem, o porta-voz da Comissão Europeia, Margaritis Schinas, defendeu a intervenção de Madri na autonomia da Catalunha, por se tratarem de medidas compatíveis com a "ordem constitucional e jurídica" da Espanha.

"Respeitam a ordem constitucional e jurídica da Espanha", ressaltou em coletiva de imprensa ao ser questionado se as medidas anunciadas por Madri respeitavam o Estado de Direito.

Manifestações

Quase meio milhão de separatistas saíram no sábado,21, às ruas de Barcelona para protestar contra o plano do governo espanhol de Mariano Rajoy de destituir o presidente catalão.

Liderados por Puigdemont, 450 mil manifestantes protestaram pedindo "liberdade" e "independência", depois que o governo central anunciou sua intenção de destituir o executivo regional.

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