Temperatura

Vulnerabilidade à mudança do clima é alvo de estudo no MA

Pesquisa tem como objetivo identificar os municípios maranhenses mais vulneráveis à alteração climática e orientar sobre políticas de adaptação

Daniel Júnior/Especial para O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h35
Cenário climatológico dos municípios maranhenses foi estudado; Santa Luzia é mais vunerável a mudanças
Cenário climatológico dos municípios maranhenses foi estudado; Santa Luzia é mais vunerável a mudanças (faixa)

Um estudo realizado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), em parceria com o Ministério do Meio Ambiente, constatou as condições de risco das 217 cidades maranhenses à alteração climática. O município de Santa Luzia, na região oeste do estado, é considerado o mais vulnerável à mudança do clima. A cidade tem indicadores de casos de doenças transmitidas por animais peçonhentos, como aranhas, cobras e escorpiões; mortalidade infantil por diarreia; falta de conservação da vegetação e saneamento básico pre­cário. Logo em seguida, vem Turiaçu, que apresenta uma má infraestrutura, situação socioeconômica precária e histórico de desmatamento.

Por causa da realidade socioeconômica melhor, São Luís é um dos municípios que apresentou menor vulnerabilidade, mas requer um planejamento diante da urbanização desordenada e na preservação dos patrimônios naturais. Loreto é a cidade que apresentou o menor grau de vulnerabilidade.

De acordo com o pesquisador da Fiocruz, Felipe Vommaro, o estudo tem a proposta de identificar e analisar a vulnerabilidade da população à mudança do clima, orientar sobre o planejamento de ações para reduzir os impactos e aumentar a capacidade de adaptação da população as novas temperaturas. “Após a identificação e análise da vulnerabilidade dos municípios, orientamos que os gestores possam tomar decisões para que no futuro a população dessas cidades tenham condições de se adaptar aos impactos em razão da mudança do clima”, sugere.

Os dados de vulnerabilidade foram obtidos por meio de uma ferramenta intitulada como SisVuClima, que, por meio de gráficos e mapas temáticos, apresentou informações climáticas sobre cada cidade do estado, incluindo doenças associadas ao clima, ocorrências de desastres naturais, grupos sociais mais sensíveis a variação da temperatura, urbanização, educação ambiental, estrutura socioeconômica, entre outros pontos pertinentes.

De acordo com as informações geradas pelo software, os municípios maranhenses podem ficar mais quentes, de 2041 a 2070, principalmente na região sul do estado. Nessa região, há um indicativo de um aumento de até 3,8ºC no município de Balsas. Em São Luís e Alcântara, no litoral, a temperatura pode aumentar até 2,6°C e 2,7°C, respectivamente. As chuvas diminuem em todo o estado e a parte oeste será mais impactada, como é o caso de Bom Jesus das Selvas, onde a pluviosidade pode reduzir até 32%. Em Imperatriz, a precipitação diminuiria até 27%. Em Amarante do Maranhão e Arame, a redução seria de até 3,1% em comparação com o período atual.

O chefe do setor de Meteorologia da Universidade Estadual do Maranhão (Uema), Gunter Reschke, disse que a temperatura do estado vem aumentado devido a diversos fatores sociais. “A troca da paisagem é um dos principais motivos para o aumento da temperatura. Lugares que antes eram cobertos, hoje só encontramos prédios. Além desse caso, cito também as queimadas que ocorrem com frequência no interior do estado”, explicou.

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