CATALUNHA - O governo catalão não planeja desistir de se separar do restante da Espanha e dará a mesma resposta ao governo central de Madri amanhã que deu na segunda,16, disse o porta-voz Jordi Turull ontem.
A declaração ocorre apenas dois dias antes do prazo para o líder regional da Catalunha responder à cobrança de Madri para que esclareça se declarou ou não independência da Espanha.
O chefe de governo espanhol, Mariano Rajoy, pediu formalmente esclarecimentos ao presidente catalão sobre o pronunciamento que ele fez no parlamento regional para anunciar a vitória no referendo do "sim" à independência da Catalunha. Para o governo espanhol, o pronunciamento em 10 de outubro deixou dúvidas se a região declarou de fato independente na semana passada.
Na segunda-feira,16, Carles Puigdemont enviou uma carta em que propôs ao governo espanhol dois meses de negociações, mas evitou responder claramente se declarou ou não a independência da Catalunha. Para Madri, a carta não foi uma resposta ao pedido de esclarecimento solicitado pelo primeiro-ministro espanhol e deu até quinta-feira.19, para que a situação seja esclarecida.
No entanto, segundo o porta-voz catalão, Puigdemont não pretende voltar atrás. "Ceder não faz parte dos cenários desse governo. Na quinta-feira, nós não daremos nada diferente do que demos na segunda-feira", disse Jordi Turull.
Prisão de independentistas
A detenção de ativistas catalães, a primeira prisão de figuras importantes da campanha separatistas desde o referendo de 1º de outubro sobre a secessão da região, aumentou a tensão entre o governo catalão e espanhol. O ministro da Justiça da Espanha, Rafael Catala, afirmou que a decisão foi uma questão judicial e não política, segundo a Reuters.
A prisão de Jordi Cuixart, líder da Òmnium Cultural, e Jordi Sánchez, da Assembleia Nacional Catalã, foi determinada por um tribunal espanhol na segunda-feira. Eles não têm direito à fiança durante investigações sobre suspeita de insubordinação.
Para Puigdemont, as prisões tiveram motivação política. "Infelizmente, temos presos políticos outra vez", afirmou, segundo a France Presse.
Ontem, a Catalunha viveu mais um dia de manifestações – desta vez contra a prisão dos líderes do movimento independentista.
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