WASHINGTON - Os Estados Unidos condenaram ontem as eleições para governadores do último fim de semana na Venezuela afirmando que elas não foram nem livres, nem justas e prometeram usar seus poderes econômico e diplomático para apoiar os venezuelanos na restauração da democracia no país exportador de petróleo.
"Condenamos a falta de eleições livres e justas ontem na Venezuela. A voz do povo venezuelano não foi ouvida", disse a porta-voz do Departamento de Estado Heather Nauert em comunicado.
"Enquanto o regime (do presidente venezuelano Nicolás) Maduro se conduzir como uma ditadura autoritária, vamos trabalhar com membros da comunidade internacional e levar todo o peso do poder econômico e diplomático americano em apoio ao povo venezuelano, em sua busca para restaurar sua democracia."
Resultado
O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela indicou que o Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), ligado ao governo de Nicolás Maduro, venceu eleições em 17 estados, enquanto a coalizão opositora Mesa da Unidade Democrática (MUD) elegeu governadores em 5 estados. Ainda há um estado a se definir, segundo o poder eleitoral, acusado pela oposição de servir ao governo.
Para a situação, que tinha 20 governos, foi uma vitória conquistar 17, pois as pesquisas de opinião davam à MUD chance de vencer em até 18 estados. Analistas se questionam o que aconteceu com as consultas, mas sobretudo porque a oposição, que havia esmagado o governo nas parlamentares de 2015, perdeu tanto apelo eleitoral e Maduro venceu o pleito mesmo com 80% de rejeição pela grave crise que asfixia o país.
Encurralada pelo governo, dividido e criticado dentro de suas próprias fileiras, a MUD encara o desafio de se recompor após sua derrota tanto nas urnas quanto nas marchas que, entre abril e julho, deixaram 125 mortos sem alcançar o objetivo de tirar o presidente Nicolás Maduro do poder.
A oposição pediu uma "auditoria total" do processo, mas Maduro, certo de uma vitória que qualificou de taxativa, havia antecipado seu apoio a uma revisão completa.
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