Regime

EUA dizem que eleições na Venezuela não foram livres

''A voz do povo venezuelano não foi ouvida'', diz Departamento de Estado. Políticos da situação conquistaram 17 dos 23 estados, contrariando pesquisas

Atualizada em 11/10/2022 às 12h35

WASHINGTON - Os Estados Unidos condenaram ontem as eleições para governadores do último fim de semana na Venezuela afirmando que elas não foram nem livres, nem justas e prometeram usar seus poderes econômico e diplomático para apoiar os venezuelanos na restauração da democracia no país exportador de petróleo.

"Condenamos a falta de eleições livres e justas ontem na Venezuela. A voz do povo venezuelano não foi ouvida", disse a porta-voz do Departamento de Estado Heather Nauert em comunicado.

"Enquanto o regime (do presidente venezuelano Nicolás) Maduro se conduzir como uma ditadura autoritária, vamos trabalhar com membros da comunidade internacional e levar todo o peso do poder econômico e diplomático americano em apoio ao povo venezuelano, em sua busca para restaurar sua democracia."

Resultado

O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela indicou que o Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), ligado ao governo de Nicolás Maduro, venceu eleições em 17 estados, enquanto a coalizão opositora Mesa da Unidade Democrática (MUD) elegeu governadores em 5 estados. Ainda há um estado a se definir, segundo o poder eleitoral, acusado pela oposição de servir ao governo.

Para a situação, que tinha 20 governos, foi uma vitória conquistar 17, pois as pesquisas de opinião davam à MUD chance de vencer em até 18 estados. Analistas se questionam o que aconteceu com as consultas, mas sobretudo porque a oposição, que havia esmagado o governo nas parlamentares de 2015, perdeu tanto apelo eleitoral e Maduro venceu o pleito mesmo com 80% de rejeição pela grave crise que asfixia o país.

Encurralada pelo governo, dividido e criticado dentro de suas próprias fileiras, a MUD encara o desafio de se recompor após sua derrota tanto nas urnas quanto nas marchas que, entre abril e julho, deixaram 125 mortos sem alcançar o objetivo de tirar o presidente Nicolás Maduro do poder.

A oposição pediu uma "auditoria total" do processo, mas Maduro, certo de uma vitória que qualificou de taxativa, havia antecipado seu apoio a uma revisão completa.

Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais Twitter, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.