Mordendo a língua

Atualizada em 11/10/2022 às 12h35

Em público, o governador Flávio Dino (PCdoB) e os seus aliados pregam o discurso da vitória assegurada em 2018 e da força política do seu governo para subjugar os adversários. Nos bastidores, o governador comunista usa todo o aparelho estatal para lotear o governo, negociando cargos em troca de apoios, num claro abuso de poder político a um ano do pleito.
E Flávio Dino negocia apoios porque não tem segurança no próprio discurso de vitória; porque sabe que a população já percebeu o fracasso do seu projeto de mudança e convive diariamente com as concupiscências de sua gestão. E para sobreviver vem mordendo a língua, agindo da forma que dizia condenar.
Há dois problemas claros enfrentados pelo governador comunista a influenciar o seu trabalho de cooptação partidária, em troca de espaço no governo: o primeiro é o tamanho do seu próprio partido, o PCdoB. Sem tempo na propaganda eleitoral e sem força popular capaz de mobilizar massas, o PCdoB depende do tempo e da militância de outros partidos para sobreviver numa campanha. PT, PDT, DEM, PTB, PP e PR têm exatamente isso que os comunistas precisam, daí a “venda” de cargos na estrutura do governo.
O segundo ponto é a força partidária que a oposição em suas várias vertentes começa a mostrar ao comunista: Roseana Sarney tem o PMDB, deve reunir o PSD e mais o PV, para ficar apenas nos três mais consolidados. Só eles já garantem praticamente o mesmo tempo que Dino terá com o ônus de vender o governo.
Além de Roseana, Roberto Rocha, com o seu PSDB, tem também tempo para fazer frente ao comunista. E se conseguir atrair PSB, DEM e PPS, como se discute nacionalmente, aí terá à disposição uma força na propaganda significativa para enfrentar o ex-aliado.
É por tudo isso que Flávio Dino se movimenta em busca da salvação do mandato e da reeleição. Lamentável que, para isso, faça tudo o que sempre disse condenar.

Com Lula
Defenestrado da Secretaria de Esportes, o petista Márcio Jardim já sabia desde o início do segundo semestre que seria substituído.
Ele tentou reverter o desprezo do governador Flávio Dino tentando incluir o ex-presidente Lula no jogo.
Dino sequer levou em consideração o fato de que Lula apadrinhava o petista.

Vingança
Quem comemorou entre amigos a demissão de Márcio Jardim foi o deputado federal José Reinaldo Tavares (PSB).
Em agosto, quando Tavares votou contra a cassação do presidente Michel Temer (PMDB), Jardim fez campanha contra o apoio do governo à candidatura dele ao Senado.
Para o ex-governador, o agora ex-secretário teve o destino de todos os bajuladores de Flávio Dino ao longo da história.

De joelhos
O secretário de Direitos Humanos, Chico Gonçalves, está ativo nas redes sociais para atacar qualquer um que tente apontar a submissão do PT ao governo Flávio Dino.
Mas até hoje espera-se dele uma postura clara em relação ao gaiolão de Barra do Corda, onde morreu um homem exposto a sol em uma cela medieval.
O silêncio revela a submissão do próprio Gonçalves ao comunista que comanda o Maranhão.

Outros mais
Além do PP, outros dois partidos estão negociando espaços no governo Flávio Dino em troca do apoio ao PCdoB em 2018.
O DEM já tem alguns espaços no governo, mas quer um posto de alto destaque para fechar a aliança do ano que vem.
O PR já até fechou questão com o PCdoB, embora ainda sem definição do espaço que terá no governo.

Vendo tudo
Já está em período de testes a fiscalização eletrônica de São Luís, que vai olhar todos os aspectos do trânsito na capital.
Neste período, que vai até o dia 10 de novembro, os equipamentos registrarão as multas, mas elas não serão levadas em conta para efeito de pontuação contra o motorista infrator.
A partir do dia 10, no entanto, os pardais registrarão até o nível do uso de película fumê, passando por uso de cinto de segurança e celular.

Cópia
Uma atitude do governo comunista incomodou fortemente os responsáveis pela Feirinha São Luís, que virou point no Centro Histórico.
Mesmo parceiro do projeto da Prefeitura, o governo decidiu realizar feirinha idêntica, com o mesmo foco, na pracinha embaixo da Ponte Bandeira Tribuzi.
O lançamento do evento acabou irritando os coordenadores do projeto da Prefeitura.

DE OLHO

R$ 2 milhões é o total de recursos que estavam garantidos ao governo para ações de Segurança em Barra do Corda, entre elas a construção de uma delegacia.

E MAIS

• O presidente da Assembleia Legislativa, Humberto Coutinho, confirmou que vai disputar a reeleição em 2018.

• Há uma espécie de guerrinha entre as equipes que cuidam dos perfis do governador Flávio Dino e do prefeito Edivaldo Júnior.

• Petistas menos alinhados ao Palácio dos Leões apontam o secretário Márcio Jerry como o responsável por subjugar o PT maranhense.

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