Partidos

Nanicos vão usar celebridades para vencer cláusula de barreira

PRTB e PSDC querem recrutar artistas, comunicadores e líderes religiosos para repetir

Atualizada em 11/10/2022 às 12h35
Levy Fidelix critica cláusula de barreira
Levy Fidelix critica cláusula de barreira (Levy Fidelix)

BRASÍLIA - Comunicadores populares de rádio e TV, pastores de igrejas evangélicas e generais do Exército que pregam intervenção militar serão recrutados por nanicos e pequenos partidos para vencer a cláusula de barreira da reforma política promulgada na quarta-feira, 4, pelo Congresso.

Usaram um band-aid para estancar uma hemorragia. Até o ponto positivo, a cláusula de barreira, pode servir de estuário para celebridades, comuns na era digital. As nanolegendas continuarão a ser de aluguel. Só que agora ampliaram o mercado de potenciais inquilinos, sabe-se se lá a que preço" Weiller Diniz, consultor político

De acordo com a reportagem, metade dos 35 partidos políticos com registro podem desaparecer nas próximas eleições por causa dessa nova exigência. Para fugir da degola, terão que recorrer a celebridades campeãs de votos, como o deputado Tiririca (PR-SP), eleito em 2010 com 1,3 milhão de votos e reeleito em 2014, com mais de um milhão de votos, "puxando" cinco outros para a Câmara.

"A área de comunicação encurta caminhos, tem credibilidade e reúne candidatos naturais ", detalhou o jornalista e publicitário Levy Fidelix, presidente do nanico Partido Renovador Trabalhista Brasileiro (PRTB). Ele concorreu ao Planalto nas eleições de 2010 e 2014.

A reportagem afirma que Fidelix sugere ter para a disputa, em São Paulo, um nome forte, de um comunicador conhecido, guardado sigilo sobre o nome. A estratégia será repetida em 15 estados para eleger deputados federais, adiantou Fidelix.

"Em vez de cláusula de barreira, deveriam criar a cláusula da roubalheira", complementou Fidelix. O chefe do PRTB, no entanto, admite que os pequenos partidos também estão envolvidos em esquemas de corrupção, como aqueles que atingem as grandes siglas, a exemplo de PT, PMDB e PSDB, que estão entre os denunciados na Operação Lava Jato.

"A cláusula de barreira fere a Constituição", esbravejou ao DCI o presidente do Partido Social Democrata Cristão (PSDC), o empresário José Maria Eymael. Ele pretende ingressar na próxima semana com ações diretas de inconstitucionalidade contra a reforma política promulgada pelo Congresso.

"Conclamamos todos os partidos a ingressar nessa luta", convidou, detalhando que a ação vai questionar também a criação e a distribuição de recursos do fundo eleitoral bilionário criado para financiar as eleições. "O problema não é o número de partidos, mas sim o número de corruptos", disse.

Mais

Para restringir o acesso dos partidos a recursos do Fundo Partidário e ao tempo de rádio e TV, a cláusula de barreira tem exigências gradativas até 2030. Só terá direito ao fundo e ao tempo de propaganda a partir de 2019 o partido que tiver recebido ao menos 1,5% dos votos válidos nas eleições de 2018 para a Câmara dos Deputados, distribuídos em pelo menos 1/3 das unidades da federação (9 unidades), com um mínimo de 1% dos votos válidos em cada uma delas. Ou se tiver elegido pelo menos 9 deputados federais em pelo menos 9 unidades da federação.

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