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Uma nova estrela nascerá no céu

Atualizada em 11/10/2022 às 12h35

O céu sempre fascinou a humanidade e, hoje, vivemos uma época de descobertas incríveis com os telescópios espaciais e os novos localizados em terra. E até astrônomos brasileiros estão a descobrir um exoplaneta. O feito é de sete brasileiros da Universidade Estadual de Ponta Grossa, Universidade de São Paulo, Observatório Nacional do Rio de Janeiro e da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. O planeta descoberto está localizado na constelação do Unicórnio e distante cerca de 1.200 anos-luz da Terra.
O planeta é do tamanho de Saturno, mas com metade da massa dele. É um corpo gasoso como Júpiter. O planeta orbita muito próximo de sua estrela que é similar ao nosso Sol. A distância entre eles é de um quinto da distância entre Mercúrio e o Sol, o que o torna muito quente. Estimaram a temperatura do planeta em torno de 1.100° C.
O planeta foi descoberto usando a técnica do trânsito planetário que mede variações no brilho da estrela conforme o planeta passa na frente. Os dados foram coletados pelo telescópio espacial CoRoT, que é um projeto entre a Agência Espacial Francesa, Agência Espacial Europeia e instituições brasileiras. Para confirmar a existência do planeta, foi utilizada a técnica de espectroscopia, usando um dos melhores instrumentos para esse propósito, chamado HARPS (High Accuracy Radial velocity Planet Searcher), localizado no telescópio do ESO (European Southern Observatory), no Chile.
Também foi divulgada a primeira imagem de uma estrela, a Antares, e com detalhes surpreendentes e feita a partir de telescópio baseado em terra, o telescópio VLT (Very Large Telescope) do ESO, localizado no Chile. Antares é a Alfa-Scorpius, ou seja, a estrela mais brilhante da Constelação do Escorpião, uma supergigante vermelha, quase sempre visível, localizando-se na eclíptica, na curva imaginária entre o leste e o oeste.
Os astrônomos criaram também o primeiro mapa da atmosfera da estrela, revelando turbulência inesperada na enorme atmosfera extensa de Antares, que é uma estrela supergigante vermelha relativamente fria nos estágios finais da sua vida, a caminho de se tornar uma supernova.
A estrela Antares tem atualmente uma massa de 12 vezes a massa do Sol e um diâmetro cerca de 700 vezes maior do que o do Sol. Acredita-se que começou a sua vida com uma massa de mais de 15 massas solares.
E a descoberta mais surpreendente foi feita por cientistas da Universidade Calvin, do Observatório Apache e da Universidade de Wyoming. Observaram em um sistema binário (duas estrelas orbitando um centro de massa comum), chamado KIC 9832227, que o período orbital do par está diminuindo, ou seja, estão se aproximando e vão se chocar. O sistema está sendo observado desde 2013.
A fusão estelar deve acontecer entre 2021 e 2023 e deverá mudar o céu noturno por várias semanas, tornando-se uma das estrelas mais brilhantes no céu, mais precisamente na Constelação do Cisne (Cygnus), visto no Hemisfério Norte. Essa constelação também é chamada de Cruzeiro do Norte. Esta constelação possui 50 estrelas visíveis a olho nu, sendo que a estrela 61 Cygni foi primeira a ter sua distância medida, em 1838, ou seja, está a 11 anos-luz de nós.

Mario Eugenio Saturno

Tecnologista Sênior do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e congregado mariano
cientecfan.blogspot.com

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