Desabastecimento

80 mil famílias podem ficar sem água com a seca do Batatã

Reservatório está em nível crítico e especialistas afirmam que, caso não hajam medidas em curto prazo, sérios problemas podem atingir a população

Atualizada em 11/10/2022 às 12h35
Vista aérea do reservatório do Batatã, mostrando que o nível do reservatório é crítico
Vista aérea do reservatório do Batatã, mostrando que o nível do reservatório é crítico

SÃO LUÍS - A seca do reservatório do Batatã poderá deixar cerca de 80 mil famílias da capital maranhense sem água a partir deste mês de outubro. A constatação foi feita em reportagem exibida ontem, pelo Bom Dia Mirante e assinada pelo repórter Sidney Pereira. De acordo com especialistas, o reservatório está em nível considerado crítico e, caso nada seja feito em curto prazo, sérios problemas serão causados à população.

Atualmente, o Batatã opera com um nível de água inferior a 2,5 metros e, mesmo com o período de chuvas no primeiro semestre (que registrou índices pluviométricos acima dos 2.180 milímetros), não houve volume de água suficiente para compensar a perda de água oriunda de secas registradas em São Luís nos últimos quatro anos. De acordo com dados obtidos pela TV Mirante com o Laboratório de Meteorologia da Universidade Estadual do Maranhão (Uema), o volume pluviométrico registrado na cidade, de 2013 a 2017, foi 55% abaixo do previsto para o período, o que contribui para a seca do Batatã.

Segundo informações da Companhia de Saneamento Ambiental, o Batatã possui capacidade para armazenar até 4 milhões e 600 mil metros cúbicos. A última vez em que funcionou com o volume total de água foi em 2009, ano em que foram registradas chuvas em alta intensidade no território ludovicense.

O Batatã é usado para o abastecimento contingencial de bairros, como o Centro, Madre Deus, Liberdade, Fé em Deus e adjacências. Por causa do baixo índice de água distribuído para esta área da cidade, é comum ver os moradores destas localidades economizando o líquido em baldes e recipientes. Em outros casos, a Caema adota o chamado “rodízio”, ou seja, o abastecimento de água para estas residências em dias alternados.

Reservatório do Batatã, na área do Bacanga, cujo nível de água atuamente é inferior a 2,5 metros
Reservatório do Batatã, na área do Bacanga, cujo nível de água atuamente é inferior a 2,5 metros

Outro lado
Em nota encaminhada à TV Mirante, a Caema informou que mantém ações para minimizar os efeitos da diminuição da capacidade do reservatório do Batatã, como manobras técnicas. Ainda de acordo com o órgão, a entrega da adutora do Sistema Italuís – cujo prazo já sofreu diversos adiamentos – deverá acabar com o rodízio na capital e, em consequência, com a dependência da população do Batatã.

Saiba Mais

Poços e assoreamento

Em agosto deste ano, O Estado divulgou reportagem em que informava que, à época, o Batatã funcionava com apenas 16% de sua capacidade, o que daria para abastecer a cidade apenas por algumas semanas.
Como resposta, a Caema informou, na ocasião, que em 2008 decidiu perfurar poços em pontos estratégicos da cidade, diminuindo gradativamente a dependência da população do reservatório. No entanto, o constante desmatamento nos arredores do Batatã, que contribui para o processo de assoreamento, somado aos períodos de estiagem registrados no território ludovicense, agravaram a situação do reservatório.

Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais Twitter, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.