Assistência social

Disputa por atendimento expõe caos na saúde pública do MA

Ação desenvolvida pelo Hospital Universitário da Universidade Federal do Maranhão (HU-UFMA) provocou grande fila de pacientes em busca de atendimento gratuito na área vascular; apenas 400 senhas disponibilizadas

Atualizada em 11/10/2022 às 12h35

SÃO LUÍS - A grande fila e a disputa por uma senha para atendimento vascular durante ação desenvolvida pelo Hospital Universitário da Universidade Federal do Maranhão (HU-UFMA), na quinta, 28, e sexta-feira, 29, expôs as deficiências do sistema de saúde do Maranhão. Isso se deu pelo fato de que o número de senhas disponíveis para atendimento era de apenas 400. Entretanto, na manhã de sexta, mais de mil pessoas ficaram nas filas desde a madrugada para tentar garantir a consulta, que era gratuita.

A demora em resolver problemas de saúde fez com que a aposentada Maria da Silva Tavares, de 75 anos, tivesse um dos dedos amputado. “A gente procura os médicos para eles nos dar um tratamento e quando chegamos no hospital eles mandam voltar outra hora, mandam pra outro hospital e nunca resolvem nosso problema. Nisso, com mais de um ano assim, tive que ter um dedo amputado por causa de diabete. Já aqui, cheguei desde 5h30min e não consegui sequer uma senha pra ser atendida”, relatou.

No primeiro dia de ação social, o HU-UFMA atendeu cerca de 375 pessoas, segundo a organização, por conta de que as outras 25 desistiram de esperar para que fossem atendidas. Nessas consultas, os profissionais ficaram até as 21h para poder atender toda a demanda.

Já ontem, 29, a expectativa era de que ficassem até meia noite para conseguirem consultar todos os 400 que tinham senha, já que muitas pessoas, por mais que tivessem madrugado para conseguir uma consulta, não foram atendidas.

O doutor e chefe de Cirurgia Vascular do HU-UFMA disse que esse fato serve de exemplo para chamar atenção do Poder Público. “É a necessidade do povo. Isso está mostrando que eles não estão conseguindo ser atendidos nos hospitais públicos por conta de uma série de restrições que são impostas e quando há uma ação do tipo, todos correm para tentar garantir uma consulta. Vamos tentar fazer novas ações sociais do tipo. Não temos data marcada, mas faremos”, relatou.

Fala povo

Alguns casos de pessoas

que não conseguiram ser atendidas:

“Eu estou doente e preciso muito desse atendimento. Estou desde muito cedo na fila e não consegui ser atendida. No hospital público não conseguimos nunca esse atendimento”

Maria Guida

73 anos, aos prantos

“A saúde está um caos. Esse governador precisa dar ao povo o atendimento que ele precisa. Eu sou doente não posso ficar em fila de madrugada pra tentar consulta porque o sistema público não funciona”

Maria Leia Galvão

57 anos, autônoma e muito chateada

“Eu estou vindo de outra consulta e cheguei aqui e pensei que esta seria a chance de conseguir esse atendimento que estou tentando há muito tempo. Mas, mais uma vez eu não consegui”

Áurea Câmara

77 anos, aposentada

“Estou debilitada. Não posso vir pela madrugada pra fila. Estou lutando muito tempo pra ser atendida e no hospital particular é muito caro. No hospital público nunca consigo”

Francisca Costa Ferreira,

75 anos

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