Comunismo causa racha

Atualizada em 11/10/2022 às 12h35

Diversos partidos tradicionais da política maranhense vivem este ano pré-eleitoral em clima de racha interno por causa da relação que algum de seus membros insiste em manter com o PCdoB, ora ocupante do Palácio dos Leões.
O caso mais notório é o do PSDB, cujo vice-governador Carlos Brandão teve a autoridade cassada pela cúpula nacional, que pretende se afastar de Flávio Dino em 2018. Mas há outras várias legendas neste mesmo clima de divisão pré-eleitoral.
Na lista, pode-se incluir PTB, PP, PR e PSD cujas lideranças históricas não nutrem simpatia pelo governador comunista, mas estão fora do comando partidário, hoje em mãos de jovens lideranças alçadas ao poder exatamente pela força dos atuais ocupantes do Palácio dos Leões.
Na semana passada, o ex-presidente da Câmara Municipal e da Assembleia Legislativa Manoel Ribeiro decidiu romper o silêncio e anunciou sua saída do PTB, que tem hoje na figura do vereador Pedro Lucas Fernandes - filho do deputado federal Pedro Fernandes - o principal interlocutor do PCdoB dinista.
No PP, o deputado federal Waldir Maranhão insiste na relação com Flávio Dino, mas o seu colega André Fufuca, hoje no comando da legenda, prefere aguardar 2018 para uma tomada de posição.
O mesmo ocorre com PR e PSD, que tem jovens lideranças no comando, obrigadas a conviver com lideranças tradicionais. E é nesse clima de racha que essas legendas devem chegar às eleições.

Fracasso
Gestada nos ambientes do Palácio dos Leões - sem experimentação nas ruas -, a campanha “mil dias de governo”, criada para promover o comunista Flávio Dino, fracassou.
A expressão “mil dias” foi usada para toda sorte de descasos, abandonos, perseguições e escândalos registrados ao longo destes quase três anos de governo.
Irritado com a repercussão negativa, o próprio governador determinou que a campanha fosse ignorada após o dia exato da festa, transcorrido na última terça-feira, 26.

Só depois
A cúpula do PMDB nacional voltou a lançar a ex-governadora Roseana Sarney como candidata da legenda ao governo do Maranhão.
Roseana participou da reunião da executiva do partido, quarta-feira, 27, e ouviu de corpo presente os apelos para ser candidata.
Mas voltou a afirmar que só tomará uma decisão no ano que vem.

Corporativismo
Uma inversão de valores está ocorrendo no Maranhão, envolvendo a polícia e o Ministério Público.
Em 2015, ao sair de um jogo no Castelão, o promotor Nilton Gurjão das Chagas foi autuado pela Delegacia do Torcedor após agredir policiais, segundo constatou Exame de Corpo de Delito.
Mas a Associação do Ministério Público protocolou representação para apurar a conduta - não do promotor agressor -, mas do delegado que fez a autuação.

Sem colegas
Não é apenas com o Sindicato dos Policiais Civis a má relação do secretário de Segurança Pública Jefferson Portela.
Ele também está afastado dos próprios colegas delegados desde que resolveu peitar a Associação de Delegados.
Sem apoio da base da categoria, Portela se mantém no cargo pelo fato de ser um dos militantes mais orgânicos do PCdoB maranhense.

Condenado
O ex-prefeito de São Luís Tadeu Palácio foi condenado ontem por improbidade administrativa, em decisão da 1ª Vara da Fazenda Pública.
Além de ter que devolver mais de R$ 200 mil em recursos que deveriam ter sido aplicados em sua gestão, ele teve a perda dos direitos políticos por cinco anos.
À frente de um poderoso grupo na área de tratamento de olhos - recém-certificado internacionalmente -, o ex-prefeito, no entanto, parece pouco preocupado com o fato de não poder disputar eleições.

Enrolados
Todos os ex-prefeitos de Paço do Lumiar dos últimos 20 anos - de Mábenes Fonseca a Professor Josemar, passando por Gilberto Arôso, Bia Venâncio e Raimundo Filho - enfrentam problemas com a Justiça.
Três deles, inclusive - Mábenes, Gilberto e Bia -, já experimentaram alguns dias de cadeia, determinados pela Justiça.
E pelo andar da carruagem da gestão do atual prefeito Domingos Dutra (PCdoB), a lista suja do Paço deve aumentar a partir de 2021.

DE OLHO

R$ 31,9 milhões é o valor gasto pelo Governo Flávio Dino em diárias. O valor, até o mês de setembro, é quase igual ao de 2016, cujo montante foi de R$ 36 milhões.

E MAIS

• Agora fora do PTB, por discordar da aliança com Flávio Dino, o ex-presidente da Assembleia Legislativa Manoel Ribeiro pretende disputar as eleições de 2018.

• Membros da União da Direita Maranhense estiveram em Brasília, esta semana, em reunião com o presidenciável Jair Bolsonaro.

• O TCE/MA mais do que triplicou o seu aproveitamento na avaliação realizada pelo Marco de Medição de Desempenho do Programa Qualidade e Agilidade dos Tribunais de Contas Brasileiros (MMD/QATC).

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