Aécio Neves

Eunício diz que Senado vai avaliar constitucionalidade da decisão do STF

Eunício Oliveira garante que decisão de afastar Aécio Neves pode ser submetida ao plenário da Casa

Atualizada em 11/10/2022 às 12h35
Para presidente do Senado, Eunício Oliveira, a Constituição é clara em relação a mandatos eletivos
Para presidente do Senado, Eunício Oliveira, a Constituição é clara em relação a mandatos eletivos (Eunício Oliveira dará prioridade a projetos que melhores a proteção da sociedade)

Brasília - O presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), indicou nesta quarta-feira, 27, que poderá submeter a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) - que determinou o afastamento das funções parlamentares e o recolhimento domiciliar noturno do senador Aécio Neves (PSDB-MG) - à apreciação dos senadores em plenário. O peemedebista disse que, se a Constituição Federal foi ferida por essa decisão, os senadores irão "tomar providências".

"A Constituição é bastante clara em relação a mandatos eletivos de deputados e senadores. A Constituição determina o que deve ser feito. Não é o presidente do Senado que toma a iniciativa, não é o presidente do Congresso que toma a decisão. Quem tomou a decisão nesses casos foram os constituintes de 1988, que colocaram isso com muita clareza. Se a Constituição foi ferida por uma decisão, e cabe ao Senado tomar decisão baseada na Constituição, obviamente que o Senado vai tomar as previdências", afirmou.

A avaliação de técnicos do Senado é que, ao proibir Aécio de sair de casa à noite, o Supremo decretou sua prisão em regime semiaberto. O artigo 53 da Constituição prevê que esse tipo de medida tem que receber o aval do plenário do Senado, que pode, até mesmo, relaxar a prisão. Interlocutores de Eunício alegam que o Supremo fez uma estripulia ao falar em recolhimento domiciliar noturno, pois na prática decretou a prisão do tucano.

Nesta quarta-feira, 27, Eunício Oliveira evitou, porém, avaliar se a decisão do STF significa, na prática, decretar a prisão do senador mineiro.

"Primeiro o Senado precisa ser notificado sobre o teor da decisão tomada pela Suprema Corte para saber de que forma vai agir, se vai ou se não. Eu não sei qual o teor da decisão e não falo sobre hipótese. Enquanto não receber a notificação do STF, não tenho como me manifestar apenas em relação ao que a imprensa publica. O presidente do Congresso tem que se debruçar sobre dados objetivos e concretos. Não tenho como me manifestar sobre hipótese", reforçou.

Vice critica decisão

O vice-presidente do Senado, senador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB), criticou duramente, nesta quarta-feira, 27, a decisão do STF, que afastou o senador Aécio Neves (PSDB-MG) das funções parlamentares e determinou seu recolhimento domiciliar noturno. Cássio disse que o STF "extrapolou" a interpretação da Constituição e praticou "cerceamento de liberdade de um senador".

"Não vejo outra alternativa, senão levar a decisão do STF ao Plenário partir da notificação. Estamos diante de um cerceamento de liberdade de um senador. O Supremo aplicou um albergue domiciliar ao senador Aécio, sem que haja uma sentença. A Constituição diz que não há crime sem prévia cominação legal, não há pena sem prévia cominação de sentença. O que se está vendo é uma sentença aplicada, melhor dizendo, é uma pena aplicada sem uma sentença, sem que haja contraditório, sem que haja direito de defesa", argumentou.

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