Pressão

Trump anuncia uma nova sanção contra o governo norte-coreano

Ordem executiva permite às autoridades norte-americanas impor sanções contra empresas e instituições financeiras que negociarem com a Coreia do Norte; Japão se alinha aos EUA e pede mais pressão sobre Pyongyang

Atualizada em 11/10/2022 às 12h35
Presidente dos EUA, Donald Trump (d), e o colega da Coreia do Sul, Moon Jae-in, se encontraram ontem
Presidente dos EUA, Donald Trump (d), e o colega da Coreia do Sul, Moon Jae-in, se encontraram ontem ( Presidente dos EUA, Donald Trump (d), e o colega da Coreia do Sul, Moon Jae-in, se encontraram ontem)

WASHINGTON - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou ontem uma ordem executiva que permite às autoridades norte-americanas impor sanções contra empresas e instituições financeiras que negociarem com a Coreia do Norte.

"Eu anuncio uma nova ordem executiva que amplia significativamente a autoridade [dos EUA] para processar indivíduos, empresas e instituições financeiras que financiam e facilitam o comércio com a Coréia do Norte", disse Trump durante um almoço com o presidente da Coreia do Sul, Moon Jae-in, e o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe.

"Nosso novo decreto irá cortar as fontes de receita que financiam os esforços da Coreia do Norte para desenvolver as armas mais letais que a humanidade conhece", disse Trump, segundo a Reuters.

O presidente americano disse ainda que entre os setores da economia norte-coreana afetados pelas novas medidas estão o têxtil, o de pesca, o de tecnologia da informação e o de manufaturas.

"Os bancos estrangeiros enfrentarão uma ameaça clara: fazer negócios com os EUA ou facilitar o comércio com o regime sem leis da Coreia do Norte", acrescentou Trump.

"Convidamos todas as nações responsáveis a implementarem as sanções da ONU e imporem suas próprias medidas como esta. O que buscamos é a desnuclearização completa da Coreia do Norte", pediu Trump.

Além disso, o presidente americano informou que o banco central da China decidiu encerrar suas transações financeiras com a Coreia do Norte, embora Pequim não tenha confirmado por enquanto essa medida.

O anúncio, que constitui um novo episódio na escalada de tensões com o governo de Pyongyang, acontece dois dias após o discurso de Trump na abertura da 72ª assembleia geral da Organização das Nações Unidas (ONU) em que ele prometeu que irá "destruir totalmente" a Coreia do Norte, caso não tenha outra escolha.

"Os Estados Unidos têm grande força e paciência, mas se forem forçados a defender a si ou a seus aliados, não teremos outra escolha além de destruir totalmente a Coreia do Norte", declarou Trump na terça-feira (19).

Os últimos testes de mísseis feitos pela Coreia do Norte, que sobrevoaram o território japonês recentemente, são um dos temas dominantes da cúpula diplomática na ONU, que começou na terça.

Mais pressão

Em um discurso na Assembleia Geral da ONU totalmente dedicado às tensões com Pyongyang, o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, afirmou que é necessário "mais pressão" para lidar com a Coreia do Norte, "não diálogo".

Alinhando-se ao posicionamento americano, o premiê declarou que as negociações para desarmamento de Pyongyang das últimas duas décadas haviam falhado e demonstrou apoio às declarações do presidente americano Donald Trump de que "todas as opções estão sobre a mesa".

Nos últimos meses, a Coreia do Norte intensificou seus testes balísticos e lançou dois mísseis que sobrevoaram a ilha do Japão, aumentando a tensão entre os dois países.

"A gravidade desta ameaça é sem precedentes", disse Abe à plateia de líderes mundiais e diplomatas.

"As armas nucleares da Coreia do Norte já são, ou estão a ponto de se tornarem, bombas de hidrogênio " afirmou o premiê, acrescentando que "cedo ou tarde" Pyongyang conseguirá lançá-las usando mísseis intercontinentais.

Em seu primeiro discurso na Assembleia Geral da ONU, na terça-feira (19), Trump retomou o tom duro contra o regime de Kim Jong-un e disse que se os Estados Unidos "forem forçados a se defender ou defender seus aliados, não teremos outra a escolha que destruir totalmente a Coreia do Norte".

Em resposta, o ministro de relações exteriores norte-coreano, Ri Yong-ho, disse que "ele [Trump] está sonhando se pensa em nos assustar com o som de um cachorro latindo".

O discurso de Ri na cúpula está previsto para sexta-feira (22) e deve ser recebido com atenção pela comunidade internacional.

A chanceler alemã Angela Merkel criticou o tom do discurso de Trump e afirmou ser "contra essas ameaças" em entrevista durante sua campanha eleitoral.

Perguntado sobre as declarações de Trump, o presidente brasileiro, Michel Temer, disse que a posição brasileira é sempre de "conversas, de soluções diplomáticas".

Cautela

Adotando um tom mais ameno que o de seus aliados, o presidente da Coreia do Sul, Moon Jae-in, pediu a Pyongyang que abandonasse seu programa de armas nucleares e participasse do diálogo para prevenir um conflito.

Moon apoiou sanções mais fortes em resposta aos teste recentes feito pela Coreia do Norte e afirmou que as relações com o regime de Kim Jong-un devem ser "administradas de forma estável" para evitar uma escalada de tensão e confrontos militares.

O presidente sul-coreano disse que a Coreia do Norte "deve imediatamente cessar de tomar decisões inconsequentes que poderiam levar ao seu isolamento e colapso, e escolher o caminho do diálogo".

"Nós não desejamos a queda da Coreia do Norte. Nós não buscaremos a unificação ou A absorção por meios artificiais; se a Coreia do Norte decidir ficar no lado certo da história, nós estamos prontos para assisti-la junto com a comunidade internacional", declarou Moon.

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