Crítica

Aiatolá do Irã chama Trump de ''cabeça oca''

Ali Khamenei disse ainda que discurso do americano na ONU teve retórica de ''gângster e caubói''

Atualizada em 11/10/2022 às 12h35

NOVA YORK - O Supremo Líder do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, declarou ontem que o discurso do presidente Donald Trump na Assembleia Geral das Nações Unidas revelou uma retórica de “gângster e caubói”.

Discursando pela primeira vez na ONU, o presidente Trump disse, segunda-feira, 19, que o Irã é um “regime de assassinos”, “um Estado ilegal que exporta, principalmente, o caos, a violência e o banho de sangue”.

Em referência ao acordo nuclear assinado por Irã, Estados Unidos e outros cinco países, Trump voltou à carga contra Barack Obama, chamando o acordo de “embaraçoso” para Washington.

'Cabeça oca'

Ontem depois da resposta do presidente iraniano Hassan Rouhani, que já havia chamado Trump de “ignorante”, foi a vez do aiatolá Khamenei responder: “Esse discurso tolo, insolente, despropositado, com palavras de um gangster ou caubói, só tem uma explicação: a raiva e o desespero” dos norte-americanos.

Desprezando uma retórica mais diplomática, já abandonada por Donald Trump, Khamenei disse ainda que as palavras de Trump “não podem ser motivo de orgulho para a nação norte-americana, e que as elites do país devem ter vergonha por ter eleito um tal presidente. Um cabeça oca! (brainless, em inglês)”, concluiu o aiatolá.

Relações

As relações diplomáticas entre os Estados Unidos e o Irã só têm deteriorado desde o início do governo Trump.

Em 2015, Grã-Bretanha, China, França, Alemanha, Rússia e Estados Unidos assinaram um acordo com o Irã, inibindo o desenvolvimento do seu programa de pesquisas nucleares em troca da suspensão parcial das sanções econômicas impostas pela ONU ao país.

Teerã reclama, porém, que algumas sanções exclusivamente norte-americanas têm obstruído os benefícios econômicos da suspensão das sanções da ONU.

Enquanto a Agência Internacional de Energia Atômica confirma que o Irã tem cumprido a sua parte do acordo firmado em 2015, a administração de Donald Trump alega que a adesão às regras do tratado não são suficientes enquanto o Irã continuar a testar mísseis balísticos e exercer sua influência política na região.

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