SÃO LUÍS - A qualidade da água fornecida pela Companhia de Saneamento Ambiental do Maranhão (Caema) para residências do bairro Aurora, em São Luís, está sendo questionada. Moradores reclamam da sujeira na água, que não pode, assim, ser utilizada para praticamente nada.

Segundo moradores, a água é fornecida nessas condições há mais de um ano. Eles afirmam que estão impossibilitados de utilizar o líquido para lavar roupas, fazer comida, higiene pessoal, entre outros afazeres.

Uma moradora encaminhou a O Estado algumas imagens de como ficaram as roupas que foram lavadas utilizando a água saída da torneira de casa. É possível notar o tom amarelado, semelhante ao do barro, impregnado na toalha e lençol brancos, advindos da água suja.

A moradora Concita Kzam, de 46 anos, disse que a comunidade da Aurora mais uma vez se une para buscar o que é seu de direito – referindo-se ao caso em que a população fez protestos para retirada de uma unidade da Funac do bairro. “A Caema está fornecendo uma água sem a mínima condição de consumo, sem contar que falta água todos os dias e quando chega é só para ser jogada fora, pois é totalmente barro puro”, declarou.

Desconto
Por conta do problema, eles também estão reivindicando descontos no valor pago à Caema. “Queremos também a redução de pagamento nas contas cobradas porque estamos comprando água até para tomar banho. Isso é uma falta de respeito com o consumidor”, declarou Concita Kzam.

O Estado entrou em contato com a Caema, que informou por meio de nota que estão sendo realizadas melhorias no poço que abastece a região e ressalta que o bairro da Aurora e áreas adjacentes passam, neste momento, por um processo de transição do antigo sistema para o novo, que vai sanar esses problemas e melhorar a distribuição de água nessas localidades.

História do bairro

A Aurora é um bairro nascido no século XIX, às margens do rio Anil. Com moradores antigos - alguns vivem lá há mais de 80 anos -, é uma região pacata e tranquila, onde esporadicamente ocorrem episódios de violência, muitos decorrentes das invasões que surgiram no entorno, ou das fugas da UPR.

Segundo a pesquisadora doutora Heloísa Reis Curvelo Matos, em sua “Análise toponímica de 81 nomes de bairros de São Luís”, foi a criação de uma estrada, ligando o Anil a São José de Ribamar, que favoreceu a povoação da região. O bairro ficava justamente no fim do chamado “Caminho Grande”, que terminava no Anil, bairro próspero por causa da Companhia de Fiação e Tecidos do Rio Anil.

Ainda de acordo com a pesquisadora, antigamente toda a localidade compreendida entre a rua Frei Hermenegildo e a Avenida Nossa Senhora, que ligam a Aurora e o Anil ao retorno do bairro Forquilha, era chamada de Outeiro do Giz. Já segundo Rosa Félix Alves, de 86 anos, uma das moradoras mais antigas do bairro, onde hoje está o prédio motivo de discórdia com o Governo do Estado, havia um sítio que foi batizado de Sítio Aurora, em homenagem à filha do proprietário. O nome, então, foi adotado pelos habitantes para toda a localidade.

Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais Twitter, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.