Nações Unidas

Assembleia da ONU vive expectativa por fala de Trump

Trump falará a líderes e representantes dos outros 192 países depois de tirar os EUA do Acordo de Paris sobre o clima

Atualizada em 11/10/2022 às 12h35
Trump disse em 2016 que a ONU é uma instituição " fraca e incompetente"
Trump disse em 2016 que a ONU é uma instituição " fraca e incompetente" (Trump disse em 2016 que a ONU é uma instituição " fraca e incompetente")

WASHINGTON - Nesta terça-feira,19, o presidente Donald Trump vai se posicionar em frente às placas de mármore do plenário da Assembleia Geral da ONU —que já chamou de "baratas"— para seu primeiro discurso às Nações Unidas, instituição definida por ele, em 2016, como "fraca e incompetente" e um "clube" para jogar conversa fora.

A abertura dos debates da Assembleia Geral será feita pelo Brasil, como é praxe, com o presidente Michel Temer (PMDB). Mas é o discurso da sequência, de Trump, o mais aguardado.

O líder americano falará a líderes e representantes dos outros 192 países depois de tirar os EUA do Acordo de Paris sobre o clima —um dos mais ambiciosos já conseguidos na história da ONU— e propor cortes no financiamento do país ao organismo.

A embaixadora dos EUA na ONU, Nikki Haley, tentou minimizar o mal-estar, dizendo na última sexta,15, que Trump "sempre acreditou no grande potencial das Nações Unidas" e que o organismo está ficando "mais eficiente".

No domingo,17, porém, Haley disse que o Conselho de Segurança da ONU esgotou suas opções diante da ameaça nuclear da Coreia do Norte e que teria de entregar o caso ao Pentágono.

A ausência dos líderes Xi Jinping (China) e Vladimir Putin (Rússia) também sinaliza a atenção cada vez menor dada por nações influentes às Nações Unidas.

Como nas últimas reuniões gerais da Assembleia, a Coreia do Norte deverá ser representada neste ano pelo chanceler, Ri Yong-ho.

Há a expectativa de que ele se reúna com o secretário de Estado americano, Rex Tillerson, dias depois de os EUA conseguirem emplacar uma nova rodada de sanções no Conselho de Segurança contra Pyongyang.

Outros dois temas de grande temor internacional —a crise na Venezuela e a violência contra a minoria étnica rohingya em Mianmar— serão discutidos sem a presença dos líderes desses países.

Segundo o chanceler venezuelano, Jorge Arreaza, o ditador Nicolás Maduro não virá a Nova York por estar "muito ocupado com as eleições regionais".

A líder de fato do Mianmar, Aung San Suu Kyi, afirmou por meio de sua porta-voz que não viajará por ter problemas mais graves para resolver.

Discurso de Trump

A embaixadora Haley e o conselheiro de Segurança Nacional dos EUA, H. R. McMaster, anteciparam quais devem ser os principais pontos do discurso de Trump: promover a paz, a prosperidade e "defender a soberania" das nações e que sejam responsáveis por seus atos —em especial, Venezuela e Síria.

"Pessoalmente, acho que ele vai bater nas pessoas certas, abraçar as pessoas certas e, no fim, mostrar um EUA muito forte", disse Haley a jornalistas.

Embora não tenha sido citada por Haley ou McMaster, espera-se que Trump também fale de Pyongyang.

Reforma da ONU

O presidente americano participou ontem de um evento para discutir a reforma da ONU —uma das bandeiras do novo secretário-geral, António Guterres, que também debuta no cargo nesta Assembleia.

A reforma proposta por ele, no entanto, não prevê a ampliação do Conselho de Segurança por ora —um histórico pleito do Brasil.

O interesse americano é discutir o financiamento ao organismo, já que o país é responsável hoje por 22% do orçamento de US$ 5,4 bilhões da ONU e por 28% dos US$ 8 bilhões gastos com operações de paz. Trump já propôs cortar US$ 1 bilhão do valor aplicado nessas operações. Para a ONU, isso inviabilizaria o trabalho em nações instáveis.

Ontem, Trump se reuniu com Temer e os presidentes Juan Manuel Santos (Colômbia) e Juan Carlos Varela (Panamá) e com a vice-presidente da Argentina, Gabriela Michettipara, para discutir a situação na Venezuela.

O presidente peruano, Pedro Pablo Kuczynski, cancelou sua ida a Nova York, onde participaria do jantar, por causa da crise política em seu país.

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