Mudanças

Roberto Rocha vai deixar PSB e terá ato de filiação no PSDB feito por Alckmin

Senador decidiu deixar o partido após pressão dos membros maranhenses da legenda, cuja direção estadual aprovou pedido de expulsão de Rocha dos quadros socialistas

Carla Lima/Subeditora de Política

Atualizada em 11/10/2022 às 12h36
Senadores do PSDB reforçaram convite para disputar governo pelo partido
Senadores do PSDB reforçaram convite para disputar governo pelo partido (Roberto Rocha)

O senador Roberto Rocha deixará o PSB. Ele retornará ao PSDB depois de seis anos. A volta de Rocha será abonada pelo governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, que depois virá a São Luís para o ato oficial de filiação do senador. Roberto e os tucanos aguardam somente a volta de viagem do presidente nacional do PSDB, Tasso Jereissati, para marcar a agenda de filiação.

Roberto se antecipou a possibilidade da direção nacional do PSB abrir um processo de expulsão dele depois que a direção estadual da legenda aceitou, por unanimidade em encontro estadual no último fim de semana, o pedido do deputado estadual Bira do Pindaré para que o senador fosse expulso por ir de encontro com as diretrizes do partido.

Pindaré acusou Roberto Rocha de fazer oposição ao governo de Flávio Dino (PCdoB) quando partido é aliado do governador maranhense e, por isso, deveria ter sua posição analisada pela comissão de ética do PSB e depois expulso.

A primeira decisão de Rocha sobre sair do PSB foi deixar a liderança do partido no Senado, que ele assumiu na semana passada quando o então líder do partido na Casa, Fernando Bezerra Coelho, trocou o PSB pelo PMDB.

Aliado a isso, o senador recebeu garantias da direção nacional tucana de que indo para o PSDB, ele terá espaço para ser candidato a governador do Maranhão em 2018. Outra garantia dada e que já foi passada para a direção estadual do PSDB é que a sigla deve deixar o governo de Flávio Dino (PCdoB). Os tucanos devem aceitar as diretrizes do partido ou devem deixar o ninho para permanecer aliado dos comunistas no estado.

Essa decisão da nacional é que vem levando o atual presidente estadual da legenda, Carlos Brandão, a buscar outro rumo político. Nos bastidores especula-se que o vice-governador quer entrar no PP comandado pelo deputado federal André Fufuca.

Repercussão – A decisão da direção estadual de pedir a expulsão de Roberto Rocha foi usada pelos socialistas maranhenses para pressionar o senador a deixar o partido já que não cabe ao PSB do Maranhão abrir processo de expulsão contra um senador. Essa prerrogativa é da direção nacional.

Entretanto, mesmo o pedido tendo sido aceito durante congresso estadual que teve a presença do presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, não há registro de que foi aberto qualquer procedimento de expulsão contra Roberto Rocha na direção nacional.

Sobre a pressão para saída do senador, desde que assumiu a direção do PSB de São Luís que o deputado Bira do Pindaré vinha agindo tentando fazer com que Rocha deixasse o quadro do partido.

Em entrevistas, Pindaré chegou a afirmar que Roberto Rocha não deveria mais está no PSB e que o caminho dele seria deixar a legenda.

Mais

Mesmo com toda pressão, Rocha esperava o congresso nacional socialista que definirá a direção nacional da sigla para os próximos dois anos. Roberto esperava que membros paulista do PSB comandado por Márcio Faria, vice-governador de São Paulo, fossem os novos dirigentes da legenda. Se isso fosse confirmado, Roberto Rocha teria o comando do PSB no Maranhão de volta e conseguiria ser candidato a governador pelo PSB com o apoio do PSDB, que sempre foi o desejo do senador.

Correlata

Madeira foi um dos principais articuladores para PSDB deixar Flávio Dino

Desde o fim de 2015, que o então prefeito de Imperatriz, Sebastião Madeira, decidiu se posicionar contra a permanência do PSDB na base de apoio do governador Flávio Dino. De lá para cá, o tucano vem trabalhando junto a direção nacional o rompimento do partido com o governo comunista.

O problema enfrentado por Madeira era a posição do presidente estadual do PSDB, Carlos Brandão, vice-governador do Maranhão. Com o comando do partido, Brandão deixava claro que a aliança com o PCdoB fosse reeditada em 2018.

Madeira buscou a direção nacional, mostrou o posicionamento de Flávio Dino no processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT), em que o comunista chamava de golpistas os tucanos por apoiarem a saída da petista, e também mostrou a insatisfação da maioria dos membros do PSDB do Maranhão com a participação tucana no governo comunista.

Além disso, o ex-prefeito de Imperatriz apresentou como possibilidade uma candidatura própria da legenda no Maranhão em 2018, que é uma diretriz da direção nacional tucana.

Por toda essa articulação e com a perda do comando do PSB por Roberto Rocha é que o PSDB acabou definindo os rumos que deve tomar no próximo ano sem aliança com o PCdoB e com uma candidatura própria ao governo do Maranhão.

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