Sobe e desce

Oscilação do preço dos combustíveis confunde população

Desde 4 de julho, quando a Petrobras deu início a uma nova política de preços, mais de 40 alterações para baixo e para cima já ocorreram

Atualizada em 11/10/2022 às 12h36
Preços sofrem alteração constante após nova política da Petrobras
Preços sofrem alteração constante após nova política da Petrobras (posto de combustivel)

SÃO LUÍS - O sobe e desce no valor do litro da gasolina e do diesel instituído pela Petrobras desde o dia 4 de julho, quando deu início a uma nova política de preços, tem deixado o consumidor confuso. Os próprios donos de postos de combustíveis estão tendo de se adequar a essa nova situação de reajustes frequentes na refinaria e ter que praticar valores diferentes a cada dia, para mais ou para menos.

Desde que passou a vigorar a nova política, já foram anunciados mais de 40 alterações nos preços do litro dos dois combustíveis. Do dia 4 de julho até hoje, a gasolina acumula aumento de 13,4% e o diesel de 18,1%, fato que contradiz a afirmação da Petrobras de que o consumidor sairia ganhando com essa nova prática.

Nesse período, a gasolina teve 23 reajustes para mais, dois dias sem alteração e outros 20 ajustes para menos, contando o último que passou a vigorar ontem (-2,5%). No caso do diesel, são 27 aumentos e 18 quedas (ontem, -2,4%).

Reclamações

Mais do que se sentir confuso com a alteração quase que diária no preço dos combustíveis, o consumidor reclama que geralmente o preço sobe com mais rapidez, do que quando é anunciada redução. Hoje, quase todos os postos em São Luís estão praticando preço de R$ 3,699 o litro da gasolina.

O administrador Luís Eduardo França reclama que o consumidor tem sido o mais prejudicado com essa política. “A gente fica sem saber ao certo o valor do combustível. Um dia está um preço, no outro dia, está outro. Para aumentar, os postos são rápidos, mas quando é para reduzir, é mínima a diferença, e ainda demora”, ressalta.

Para o economista José Cursino Raposo Moreira, está sendo difícil para o consumidor compreender que o país esteja com uma inflação baixa e o preço dos combustíveis tendo frequentes alterações, por se tratar de uma política da Petrobras para acompanhar as oscilações da cotação no mercado internacional. “O consumidor fica zonzo com essas oscilações de preço”, diz.

Desconfortável

O presidente do Sindicato de Revendedores de Combustíveis do Estado do Maranhão (Sindcombustíveis), Orlando Pereira dos Santos, concorda que essa é uma situação confusa e desconfortável para o consumidor. Diz ainda que a revenda não está sabendo fazer seu planilhamento de preço, posto que há um peso e uma medida.

E que isso decorre da política da Petrobras, pois, quando há aumento, é imediato e quando baixa, passa três dias para se sentir na ponta, alegando não ter estrutura e gente suficiente para fazer esses ajustes. “Ora, se é automático para subir, por que não é o mesmo para descer? Eu tive essa conversa com o pessoal da Petrobras e eles não souberam me responder. Mesma coisa está acontecendo com a Shell e a Ypiranga”, alegou Orlando Pereira dos Santos.

Dessa forma, segundo o Sindcombustíveis, o revendedor não tem como planilhar isso. “Se o consumidor passa de manhã no posto é um preço e a tarde é outro, como este vai esse sentir? Política do governo”, finaliza.

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