Áudios e mentiras

Atualizada em 11/10/2022 às 12h36

Quando se revela, sem querer, que o ex-procurador da República Marcelo Miller, ex-auxiliar do procurador-geral Rodrigo Janot na Lava Jato, mentiu ao dizer não ter participado da delação premiada da JBS, abre-se espaço inconteste para a nulidade dessa sombria delação.
Por razões óbvias, faz-se urgente a apuração minuciosa dos atos ilícitos cometidos por quem teria o dever legal de combatê-los.
Ao deixar o cargo de procurador da PGR, Miller arvorou-se no argumento de que poderia imediatamente advogar em favor daquela empresa e de seus sócios. Os fatos sugerem, entretanto, que ele teria participado de forma ostensiva e criminosa, fornecendo dicas e catequizando Joesley Batista sobre o que ele deveria dizer no momento em que estivesse fazendo a delação premiada.
Diante dos áudios entregues pelos delatores à PGR, Rodrigo Janot se viu obrigado ao constrangimento de citar o próprio ex-braço direito como um dos suspeitos de praticar atos criminosos para beneficiar a JBS. Nas palavras do próprio procurador-geral, o conteúdo dos áudios é “gravíssimo”.
Todo esse episódio, sem dúvida, reforça a necessidade de oxigenação na PGR. Espera-se novos tempos e novos costumes para a cúpula do Ministério Público.

Não rolou
Os petistas maranhenses só não conseguiram usar Lula para o objetivo primeiro que imaginaram para sua visita ao Maranhão.
Não houve tempo para conversas com o governador Flávio Dino sobre a participação do PT no governo comunista.
Sem nomes representativos no estado, os petistas entendem que, em nome de Lula, podem ocupar qualquer posto na futura chapa dinista.

Atos secretos
Líderes evangélicos não-alinhados ao projeto de aparelhamento da Polícia Militar com capelães religiosos denunciam um crime do governo maranhense.
Denunciam a nomeação de pastores e lideranças religiosas para os postos sem que os atos sejam publicados no Diário Oficial do Estado.
São exatamente os atos de nomeação que mostram quem são os apadrinhados para os postos religiosos na PM.

Na política
Alguns magistrados maranhenses pretendem aproveitar as eleições de 2018 para lançar familiares a cargos políticos.
Na verdade, essa prática já existe desde 2008, tendo o vereador Osmar Filho (PDT) - primogênito do juiz Osmar Gomes - como nome mais conhecido.
A diferença é que, no ano que vem, a articulação terá nomes vinculados a gente de peso do Judiciário.

Tucanos fora
Enquanto Flávio Dino vai costurando sua aliança de esquerda, o PSDB vai reorganizando seus rumos eleitorais, sem mais a influência do vice-governador Carlos Brandão.
Tucanos mais alinhados a ele já começam a cogitar deixar a legenda para poder continuar no governo.
O PSDB deve anunciar até o início de 2018 seu afastamento oficial do projeto do governador.

Falou o que quis...
Líder do governo na Assembleia Legislativa, o deputado Rogério Cafeteira (PSB) incomodou-se com as críticas do vice-prefeito de Caxias, Paulo Marinho Júnior (PMDB).
Mas o que o vice fez foi rebater ao próprio Cafeteira, que comparou os oposicionistas que criticam o governo a “galinhas que perderam o milho”.
Paulo Marinho Júnior lembrou que ele (Cafeteira) “só não perdeu o milho porque sempre procurou estar perto dos depósitos”, numa crítica à postura política do líder governista.

Janela
O ministro Sarney Filho vai mesmo esperar a janela de transferência partidária para decidir se deixa ou não o PV.
Pela Lei Eleitoral, a janela - uma outra alternativa à janela de setembro - se abre em abril de 2018, para quem se sentir inadequado na legenda que escolheu.
O ministro tem convites de PMDB, DEM, PSDB e PSD.

Perda
Faleceu ontem o braço direito do tabelião Tito Soares, o seu escrevente de décadas, João José Viégas.
Vascaíno apaixonado, Viégas foi exemplo de vida e de alegria. Tratava todos sem distinção e com gentileza e competência.
Deixará muitas saudades. A coluna manifesta pesar a seus familiares, amigos e colegas de trabalho.

E MAIS

• Vice-presidente da Assembleia Legislativa, o deputado Othelino Neto faz as vezes, também, de líder governista, quando o caldo entorna em plenário.

• Independentemente do resultado das eleições de 2018, o grupo que hoje tem o poder em São Luís carece de sucessor para o prefeito Edivaldo Júnior.

• O vereador-presidente Astro de Ogum ainda não decidiu se disputará vaga na Assembleia Legislativa, mas tem uma certeza: estará na disputa por São Luís em 2020.

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