SÃO LUÍS - Uma discussão que ressalta valores e questiona até que ponto as “pequenas maldades” podem interferir na saudável formação do indivíduo. Estes são pontos que a peça “Três Porquinhos ou Confissões de um Menino Levado”, do Teatro da Juventude do Rio de Janeiro, leva às crianças e adultos em duas sessões encenadas neste sábado, 2, e domingo, 3, às 17h, no Teatro Maria Izabel Rodrigues (Dom Bosco-Renascença).

O espetáculo “Os Três Porquinhos ou Confissões de um Menino Levado” é capitaneado pelo ator Marcelo Dusi, já bastante conhecido do público infantil, que ao lado de seus bonecos transforma em realidade a fantasia tão sonhada e admirada pelas crianças.

A peça desperta, de forma lúdica, a criatividade de meninos e meninas, estimulando uma divertida viagem a terras encantadas, que só eles são capazes de visitar. A partir disto, aborda temas como por exemplo, o bullying. “Nessa montagem projetamos uma divertida analogia da personagem central que é o Menino Inácio com a do lobo mau, e passeamos de forma acessível pelo questionamento do bullying”, destaca o ator que desenvolve um trabalho solo com auxílio de bonecos. A direção, ambientação e figurinos são assinados pelo dramaturgo Luiz Arthur, diretor da companhia carioca.

O ator Marcelo Dusi explica que há crianças que torcem pelo lobo mau, embora a maioria tome partido dos porquinhos.

“Por conta da interação que o espetáculo proporciona, a criança quer se sentir ativa na história, participar. Este nosso atual trabalho é apenas um reflexo do que temos observado no comportamento das crianças nos dias de hoje... Tudo é muito rápido, são muitas as informações, e cada vez mais cedo elas são expostas ao mundo sem filtro, e até que ponto elas e os pais estão preparados para isso, é que será o grande questionamento de nossa época”, pondera o ator.

Para o diretor Luiz Arthur, o espetáculo é sempre um agente importante para a formação crítica e estética do público ao qual se destina. “Nesse trabalho são apresentados diversos conflitos que se assemelham ao dia a dia dos pequenos, que ao se verem retratados em suas ‘artes’, são capazes de avaliar, através da brincadeira, o caminho mais ajustado para seu comportamento, no fundo é isso que buscamos: um melhor conhecimento de nossos atos e palavras”.

Montagens

Esta é a terceira montagem da peça que integra o Programa Nacional de Formação de Plateias do Teatro da Juventude do Rio de Janeiro, que está em sua 43ª Temporada Nacional. A companhia visita São Luís anualmente, desde 1974.

Esta montagem estreou em fevereiro, no Rio de Janeiro, e já foi apresentada em diversas cidades brasileiras. “Quando partimos para a produção de nossa temporada de 2017, ou seja a 43ª de nossa companhia, buscamos num clássico da literatura infantil, a inspiração para lançarmos um alerta de que a força não está nos músculos, e sim na inteligência, e que não adianta esbravejar, gritar, brigar... Pois é com a sabedoria que se resolve todas as situações da vida”, diz Marcelo Dusi.

Para tanto, o espetáculo traça uma analogia entre o lobo mau e a personagem chave da história, Inácio, um garoto levado que atormenta seus amiguinhos, como o lobo faz com os porquinhos Heitor, Cícero e Prático. “Em nenhum momento estabelecemos critérios didáticos e muito menos passamos lições de moral, e sim aproveitamos uma divertida história para envolver nossas crianças, e através do embate emocional ela descobre o caminho para a formação de um indivíduo responsável”, pondera Dusi.

Serviço

O quê

Peça “Três Porquinhos ou Confissões de um Menino Levado”

Quando

Sábado, 2, e domingo, 3, às 17h

Onde

Teatro Maria Izabel Rodrigues (Dom Bosco-Renascença)

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