Importância para a sociedade

Interferência do clima na pesca é tema da Semana de Oceanografia

Evento será encerrado hoje (1º), com fóruns e discussões sobre a vulnerabilidade dos ecossistemas frente às variações de temperatura.

Thiago Bastos / O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h36
O clima e suas implicações na atividade pesqueira do Estado foi um dos temas em discussão na programação
O clima e suas implicações na atividade pesqueira do Estado foi um dos temas em discussão na programação (Seminario)

O clima e suas implicações na atividade pesqueira do Estado foi um dos temas em discussão na programação de ontem (31) da 29ª edição da Semana Nacional de Oceanografia, evento que começou no dia 27 de agosto e que será encerrado hoje (1º). As atividades, que ocorrem no Centro Educacional Paulo Freire, campus universitário Dom Delgado (São Luís) da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), contaram com a participação de delegações de todo o país.

Na mesa-redonda realizada no auditório central do Campus Paulo Freire e que abordou a interferência da oceanografia (ramo que se dedica ao estudo dos oceanos e zonas costeiras) para o desenvolvimento de hábitos de subsistência (como a pesca), o presidente da Colônia de Pescadores de São Luís, José Carlos dos Santos, expressou sua preocupação com a perda de reservas naturais e fontes da pesca devido às altas temperaturas. Para exemplificar sua fala, o gestor citou por exemplo o que ocorre no município de Porto Rico do Maranhão (distante 420 quilômetros da capital maranhense). “Alguns pescadores, por falta de peixes nas praias de lá, estão indo para outros municípios, já que por lá não há mais espécies”, disse.

Outros fatores apontados pelo representante da Colônia de Pescadores de São Luís para o problema são a pesca predatória e a ausência de fiscalização. “Além do clima, não há um órgão que verifique, por exemplo, que a pesca é realizada em períodos em que a mesma está proibida. Isso prejudica o trabalhador que obedece aos prazos legais”, disse.

Integrante da mesa-redonda, a professora graduada em Ciências Biológicas da UFMA, Flávia Mochel, disse que a interferência do clima na atividade pesqueira é suficiente para diminuir a arrecadação dos trabalhadores. “É um problema que traz reflexos a curto prazo e que, sem dúvida, também terá implicações a médio e longo prazo, caso nada seja feito”, disse.

Para Mochel, a 29ª edição da Semana Nacional de Oceanografia discutiu temas de suma importância para a sociedade. “Entender a atual realidade é fundamental para que possamos construir as medidas futuras para sanar os problemas existentes no meio ambiente”, disse.

Saiba mais

A última vez que o Maranhão recebeu a Semana Nacional de Oceanografia foi em 2011 e atualmente é considerado um dos eventos mais tradicionais da área das ciências do mar no país. É um encontro acadêmico-científico organizado e coordenado pelo corpo discente dos diferentes programas de graduação em Oceanografia do país.

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