Sem recursos

UFMA admite crise e fará cortes para manter suas atividades

Em entrevista à imprensa, a reitora Nair Portela descartou a interrupção do calendário letivo e alega que, com queda de recursos, não poderá dar continuidade a obras, nem adquirir equipamentos

Robert Willian / O ESTADO

Atualizada em 11/10/2022 às 12h36
UFMA não delimitou como serão realizados os cortes para redução de gastos dentro da instituição
UFMA não delimitou como serão realizados os cortes para redução de gastos dentro da instituição (UFMA)

A reitora da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), Nair Portela, confirmou, em entrevista na manhã de ontem, a crise por que passa a instituição, por causa de corte de repasses do Governo Federal, mas negou a possibilidade de suspensão das atividades. Ela anunciou cortes.

Os problemas com recursos já acontecem desde o ano de 2015. Como publicado por O Estado na edição de ontem, o reitor na época informou que, caso o Governo Federal não fizesse repasses maiores, as atividades poderiam ser encerradas.

Paralisação
O Fórum Nacional dos Servidores Públicos (Fonasefe) aprovou a realização de paralisação para o dia 14 de setembro, e disse que se a reitora afirma que a UFMA tem condições de concluir o ano sem paralisar suas atividades é porque deve ter obtido alguma sinalização do governo de que haverá liberação de verbas suplementares, frente à pressão que os trabalhadores e instituições têm feito nacionalmente.

A Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) lançou nota, na última quinta-feira, 24, expressando a sua preocupação diante do contingenciamento dos recursos orçamentários das Instituições Federais de Ensino Superior (IFES), apresentando os problemas enfrentados, como perdas orçamentárias em 2017, limite orçamentário, orçamento de custeio para 2018, orçamento de investimento também para 2018, liberação de recursos financeiros, recursos próprios, plano nacional de educação na lei de diretrizes orçamentárias e a defasagem do aluno equivalente.

Já a reitora informou que o risco de paralisação não existe. “É importante que a comunidade saiba que, mesmo com esses problemas específicos que passamos por conta da crise que passa o país, não haverá suspensão das atividades”, ressaltou.

Cortes
Como um dos pontos mais destacados, a crise financeira e a redução de repasses que a universidade sofreu, Nair Portela informou que haverá cortes. “Os cortes foram muito drásticos no capital de investimento. Isso significa que não poderemos dar continuidade nas obras, nem adquirir equipamentos”, relatou.

Ainda sobre cortes, a reitora garantiu que eles não refletirão dentro da sala de aula. “Em vista da situação do país, os cortes têm refletido na redução de ações. Mas isso até agora não envolveu a sala de aula nem a pesquisa”, disse.
A reitoria não delimitou, pelo menos ainda, como serão aplicados os cortes para redução de gastos na UFMA, já que os trabalhos desenvolvidos são de essencial importância.

Preocupação para 2017
A principal preocupação da reitoria para o ano de 2017 é que o recurso de custeio seja repassado pelo Governo Federal. Esses recursos são específicos para as despesas da universidade, como por exemplo, o alunado, as bolsas dos alunos que, segundo a reitoria é um montante significativo dos gastos.

A UFMA negou, por meio de nota, a informação repassada pelo Ministério da Educação (MEC) de que a universidade teria cerca de R$ 4,7 milhões em caixa sem sequer serem utilizados. “A Universidade esclarece que R$ 2.160.000,00 são de recursos próprios que são utilizados de acordo com as demandas dos projetos que geram recursos, enquanto os outros
R$ 2.540.000,00 são recursos bloqueados. Já foi solicitado junto ao MEC o desbloqueio deste valor. A Universidade, portanto, está aguardando que o Ministério atenda a esta solicitação e libere o recurso”, diz a nota.

Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais Twitter, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.