Crise

Direção da UFMA esclarecerá hoje dificuldades financeiras

Reitora Nair Portela deverá detalhar como é gerida a política de contingenciamento da Universidade Federal do Maranhão, que tem sido fortemente impactada com queda no repasse de recursos oriundos do Governo Federal

Thiago Bastos / O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h36
Reitora Nair Portela, segundo o MEC, não estaria aplicando recursos repassados pelo Governo Federal
Reitora Nair Portela, segundo o MEC, não estaria aplicando recursos repassados pelo Governo Federal (UFMA)

SÃO LUÍS - A direção da Universidade Federal do Maranhão (UFMA) deverá prestar hoje, em entrevista coletiva a ser realizada no campus universitário Dom Delgado (São Luís), no Bacanga, a partir das 9h, esclarecimentos sobre as dificuldades financeiras enfrentadas pela instituição, em virtude da crise nacional. O assunto foi debatido e divulgado na semana passada pela associação de professores da universidade e publicado por O Estado na edição de sexta-feira, 25.

Durante a entrevista, a reitora da UFMA, Nair Portela, deverá detalhar, por exemplo, como é gerida a política de contingenciamento da instituição, que sofre com queda no repasse de recursos oriundos do Governo Federal.

Apesar da alegação da entidade, em nota encaminhada a O Estado, o Ministério da Educação (MEC) informou que R$ 60,8 milhões foram repassados à universidade para despesas. Segundo o MEC, deste total, R$ 56,1 milhões foram empenhados e outros R$ 4,7 milhões ainda não foram sequer usados pela UFMA. A reitoria deverá esclarecer também sobre a inutilização destes recursos até o momento.

Segundo dados da Associação dos Professores da universidade, dos R$ 5 milhões que deveriam ser destinados mensalmente, apenas R$ 3,6 milhões estariam entrando nos cofres federais da instituição. Estes valores deverão ser rebatidos pela direção da UFMA que informou, em nota encaminhada recentemente, que – apesar da diminuição no repasse das verbas para a instituição, “superará as dificuldades financeiras”.

Os problemas na administração financeira da UFMA existem desde 2015. Na ocasião, o então reitor da instituição, Natalino Salgado, disse que as atividades do ensino superior poderiam ser encerradas caso o MEC não revisse a cota de verbas repassadas mensalmente para o Maranhão. À época, segundo a UFMA, houve contingenciamento de R$ 28 milhões, com déficit de R$ 109 milhões.

Campus de Pinheiro

Recentemente, estudantes do curso de Medicina da cidade de Pinheiro alegaram que, por falta de condições físicas, as aulas do primeiro semestre deste ano estariam suspensas. O fato motivou uma audiência pública, realizada no último dia 24 de maio.

No dia 25 deste mês, o Ministério Público Federal (MPF) propôs Ação Civil Pública, com pedido de liminar, contra a UFMA. De acordo com o MPF, a medida foi justificada pela falta de estrutura oferecida pela universidade para a formação na área de Medicina em Pinheiro.

Ainda segundo o Ministério Público, caso as solicitações dos estudantes não sejam sanadas, foi solicitada a transferência das turmas de 4º, 5º, 6º e 7º períodos para o campus São Luís. O MEC está ciente da situação. Sobre a ação do MPF, até o fechamento desta edição, a direção da UFMA ainda não emitiu parecer.

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