Na gravidez

Aborto espontâneo atinge cerca de 15% das mulheres até 35 anos

Taxa aumenta com a idade e a ocorrência de mais de um aborto não é tida como normal; ao identificar a causa do problema, pode-se iniciar o tratamento

Atualizada em 11/10/2022 às 12h36
(gravidez)

CAMPINAS - O aborto espontâneo ocorre em aproximadamente 15% das gestações de mulheres com idade até 35 anos, e esta taxa aumenta proporcionalmente com a idade, podendo chegar a 30-40% nas mulheres acima de 40 anos, segundo o artigo “Postgraduate medical Journal”, publicado em 2015.

Contudo, a partir do segundo episódio de aborto, deve ser feita uma investigação criteriosa para identificar a causa do problema e tratá-lo, antes de uma nova gravidez. Porém, a idade da mulher não é o único responsável pela ocorrência dos abortos. Há diversos fatores como causas genéticas, infecções na mulher, colo curto, alterações na forma do útero, alterações dos hormônios femininos, alterações no DNA do espermatozoide, fatores imunológicos e trombofilia. O especialista, juntamente com o casal, deve procurar a real causa.

As causas genéticas são muito frequentes. Quando há um embrião formado e incompatível com a vida, o corpo elimina este embrião. “Neste caso, tanto mulheres (após os 35 anos) quanto homens (acima dos 50 anos) podem desenvolver alterações”, afirma a médica Adriana de Góes, especialista em reprodução humana assistida, ginecologista e obstetra em SP.

A gestante que tiver infecções na gravidez também pode ter aborto, além da taxa aumentada para malformações no bebê e sequelas após o nascimento. Este é mais um motivo pelo qual a mulher deve realizar uma avaliação ginecológica antes de engravidar e realizar o acompanhamento médico.

Alguns casos também é possível que a mulher tenha o colo curto, isto é, uma alteração no colo do útero que o torna incompetente para segurar a gestação. “Ainda assim há uma cirurgia para correção eficaz destes casos”, complementa a médica.

Alterações na forma do útero e nos hormônios femininos também são causas aparentes. A ocorrência de miomas, pólipos e septos na cavidade uterina é frequente e deve ser tratada, pois também podem prejudicar a fixação do embrião no útero. Os hormônios femininos quando alterados, também podem favorecer o aborto.

A fragmentação do DNA espermático quando aumentado, pode levar ao aborto. Neste caso, a investigação é feita através do teste de fragmentação do DNA espermático. Fatores imunológicos, como o excesso de células de defesa chamadas de NK - Natural Killer, pode também prejudicar a fixação do embrião e desenvolvimento da placenta. “Anticorpos produzidos contra o próprio indivíduo, chamados de autoanticorpos, também podem levar a ocorrência de um aborto”, explica.

Fator de risco

E por último e não menos importante, a Trombofilia é um fator de risco. Doença que causa alteração na coagulação sanguínea e tem como consequência aumento do risco de obstrução dos vasos sanguíneos. “É comum algumas mulheres descobrirem a doença após alguma complicação na gestação, pois há uma chance maior de produzir trombos que podem obstruir vasos da placenta e ocasionar aborto precoce”, finaliza.

O tratamento em casos de abortos de repetição é indicado de acordo com a causa do aborto, que deve ser analisada e estudada. Após a investigação médica, que é de grande importância para o sucesso da gestação, a paciente deve ser orientada de forma individualizada.

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