Polêmica

Ministro é notificado pelo STF por falar que ''médicos fingem trabalhar''

Sindicato Médico do Rio Grande do Sul ingressou com processo para que STF interpelasse judicialmente Barros a se explicar após gafe em evento oficial

Atualizada em 11/10/2022 às 12h36

BRASÍLIA - O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, determinou, ontem, que entregará uma notificação ao ministro da Saúde, Ricardo Barros, para que explique o que quis dizer quando afirmou que 'os médicos fingem que trabalham'.

A declaração do ministro da Saúde foi dada em um evento oficial no Palácio do Planalto, no mês de julho. Na ocasião, ele disse “vamos parar de fingir que pagamos o médico e o médico vai parar de fingir que trabalha”.

O contexto da declaração de Barros foi a implantação pelo governo federal, prometida por ele para até o fim deste ano, de sistemas de biometria em unidades básicas de saúde, com o objetivo de acompanhar eletronicamente os atendimentos aos pacientes e a frequência dos médicos.

Poucos dias após a fala, o Sindicato Médico do Rio Grande do Sul ingressou com um processo para que o STF interpelasse judicialmente o ministro a se explicar, por entender que Barros havia ofendido toda a categoria.

'Não era para todos'

Uma semana depois da declaração escandalosa, Barros tentou, em Brasília, contornar a situação. Ele afirmou que não se referia a toda a categoria.

"Nós estávamos falando que pagávamos pouco e eles também não cumpriam a carga horária. O salário não era adequado. A todos os médicos do Brasil, não se sintam ofendidos, porque não foram a eles dirigidas as nossas palavras", disse.

Horário

Barros afirmou que se referia exclusivamente aos profissionais da atenção básica que não cumprem o horário.

"A expressão que utilizei foi retirada do seu contexto. Na sequência, reforcei com outras palavras: 'nós vamos pagar um salário justo para o médico e exigir que eles estejam à disposição da população'. Também valorizei o trabalho dos profissionais dedicados, aqueles que 'carregam o piano', com vocação para o serviço público", disseo ministro.

Segundo Barros, o discurso que foi tirado do seu contexto tratou da necessidade de enfrentar a falta de médicos nos postos de saúde em todo o Brasil.

A medida do STF é etapa anterior à possível abertura de uma ação penal por injúria. O ministro da Saúde não é obrigado a responder.

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