Apelo

Comunidade faz apelo por obra na Capela de São Pedro

Parte da estrutura desabou há um mês e desde então nada foi feito para evitar mais danos

Atualizada em 11/10/2022 às 12h36

Há um mês, parte do muro da Capela de São Pedro, localizada no bairro Madre Deus, em São Luís, desmoronou. Desde então, a área foi isolada e nada mais foi feito para recuperá-la. Sem perspectiva de ver o local ser restaurado, a comunidade fez um apelo ao poder público, solicitando a reforma imediata da capela e seu entorno, que desde 2001, segundo ela, não passa por uma grande obra de manutenção.

Parte do muro da capela desabou dia 23 de julho. De acordo com as análises preliminares, as raízes das árvores mortas que se localizam na parte superior da estrutura que desabou e as infiltrações teriam sido as responsáveis pela ocorrência. Se a situação não for corrigida o quanto antes, a erosão formada pode causar problemas ainda maiores para a estrutura da capela. “Nossa sorte é que não está mais chovendo. Senão, a situação estaria muito pior”, comentou a dona de casa Maria do Carmo Silva.

Maria do Carmo tem 66 anos, todos eles vividos na comunidade da Madre Deus, acompanhando as celebrações a São Pedro no bairro, desde os tempos da antiga capelinha dedicada ao santo. A devoção ela aprendeu com sua mãe, que tem 93 anos, também vividos inteiramente no bairro e dedicados ao Padroeiro dos Pescadores. Por isso, a dona de casa se preocupa tanto com o que chama de “descaso do poder público com a capela”.

Após o acidente, o Corpo de Bombeiros esteve no local e isolou a área com uma fita para evitar a aproximação. Desde então, nada mais foi realizado no local. Ainda ontem, parte do entulho que foi desprendido do muro de contenção no dia do acidente continuava espalhada pela escadaria da capela. “A comunidade não tem condições de fazer nada. Se a gente tivesse, a capela já estaria em obra, mas dependemos do poder público”, afirmou Maria do Carmo Silva.

Arthur Santos, coordenador do Grupo de Jovens da Capela de São Pedro, contou que desde 2001, quando a atual capela foi entregue novamente à comunidade pelo Governo do Estado, não houve serviços de manutenção e lembrou que esta não é a primeira vez que o local passa por problemas graves. “Em 2014, a capela foi interditada às vésperas do encontro de bois por causa da insegurança do teto. Desde então, o Governo do Estado vem prometendo reformas, mas tudo ficou só na promessa, até agora”, informou.

Por enquanto, as atividades dentro da capela continuam sendo realizadas normalmente, como as duas missas matutinas realizadas às quintas-feiras e aos domingos, e os encontros dos grupos, que acontecem no período da noite. “O Corpo de Bombeiros nos garantiu que a parte do templo não corre risco de desabamentos, como o muro. Por isso, estamos celebrando normalmente”, disse Arthur Santos.

A Capela de São Pedro é um dos pontos turísticos da cidade e tem o seu momento de maior visitação no dia 29 de junho, durante o tradicional encontro de grupos de bumba boi no espaço. Anualmente, o templo passa por vistoria do Corpo de Bombeiro, feita pela Diretoria de Atividades Técnicas (DAT), para verificar se ela tem condições, em termos de segurança, para receber os brincantes no festejo de junho.

A última nota divulgada pelo Governo do Estado, por meio da Secretaria Estadual de Infraestrutura (Sinfra) dia 9 deste mês, informava que estavam sendo concluídos estudos sobre o solo na Capela de São Pedro, e tão logo esta fase fosse concluída seria elaborado projeto de reforço do muro de contenção da localidade, evitando assim novos desabamentos que comprometem a estrutura do local e a segurança das pessoas.

A Sinfra informou ontem que o trabalho preliminar de levantamento das providências necessárias para a manutenção do muro de contenção do Largo de São Pedro foram concluídos e que a mobilização para a recuperação do local está prevista para ser iniciada ainda nesta semana.


SAIBA MAIS

A primeira Capela de São Pedro, construída em alvenaria, foi inaugurada em 1949, com apoio da Colônia de Pescadores Z-1, da Madre Deus. A capela foi reformada por mais três vezes, duas delas pela Prefeitura de São Luís, em 1973 e 1995. A arquitetura atual data de 1997 e foi feita pelo Governo do Estado, na primeira gestão da governadora Roseana Sarney.

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