Reação

Afeganistão se tornará cemitério para Estados Unidos, diz Taleban

Grupo radical islâmico reage às declarações do presidente dos EUA, Donald Trump, que promete mais militares ao Afeganistão para combater grupos extremistas

Atualizada em 11/10/2022 às 12h36
Trump diz que sua nova estratégia inclui não anunciar números
Trump diz que sua nova estratégia inclui não anunciar números ( Trump diz que sua nova estratégia inclui não anunciar números)

AFEGANISTÃO - Um dia após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciar nova estratégia para o Afeganistão, o grupo radical islâmico Taleban afirmou que o país vai se tornar um "novo cemitério" caso os norte-americanos não retirem suas tropas rapidamente.

Na segunda,21, Trump não especificou quantos militares enviará ao Afeganistão ou quando os EUA vão retirar as suas tropas. Antes contrário da presença americana no território afegão, o presidente diz agora considerar que uma retirada apressada dos militares pode fortalecer grupos extremistas.

"Se os EUA não retirarem suas tropas, o Afeganistão se tornará em breve um cemitério para esta superpotência do século XXI", afirmou em comunicado o porta-voz dos Taleban no Afeganistão, Zabiullah Mujahid.

Um comandante do Taleban disse à agência de notícias France Presse que Trump se limita a perpetuar a "conduta arrogante" dos ex-presidentes americanos, como George W. Bush.

"Simplesmente estão desperdiçando soldados americanos. Sabemos como defender o nosso país", disse o militar. Segundo ele, a nova estratégia "não vai mudar nada" em relação à situação da região.

Atualmente, há 8.400 militares americanos no Afeganistão. O envio de novas tropas é uma demanda do Pentágono, que considera uma piora da situação de segurança e o avanço de grupos terroristas no país.

Reações

Ontem, a OTAN (aliança militar ocidental) elogiou o discurso de Trump e afirmou que não permitirá o fortalecimento de grupos terroristas.

"Nosso objetivo é garantir que o Afeganistão não se transforme novamente em um refúgio para terroristas que atacariam nossos próprios países", afirmou o secretário-geral da organização, Jens Stoltenberg, em comunicado.

Uma fonte do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, por sua vez, disse acreditar que a nova estratégia não trará benefícios ao Afeganistão, segundo a agência de notícias Reuters.

Planos militares

O presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou que não irá mais revelar detalhes de planos militares do país. Durante um pronunciamento feito na noite de segunda,21, em Fort Myer, Virginia, ele afirmou que “não diremos quando iremos atacar, mas atacaremos”.

Trump afirmou que sua nova estratégia inclui não anunciar números e planos militares, incluindo em relação ao Paquistão. Ele disse ainda que seu primeiro instinto foi retirar as tropas americanas do país, mas avaliou que “as ameaças à segurança que enfrentamos no Afeganistão e na região são imensas”. Além disso, argumentou, uma retirada rápida seria “previsível e inaceitável” e criaria um vácuo que seria preenchido por militantes, a exemplo do que aconteceu no Iraque com o Estado Islâmico.

Sem vitória

Trump disse também que “o povo americano está cansado de guerra sem vitória” e enviou uma mensagem ao Paquistão, a quem acusou de oferecer abrigo seguro a “agentes do caos, violência e terror” com frequência. Segundo ele o país “tem muito a ganhar” caso se torne um parceiro dos esforços americanos no vizinho Afeganistão, e “muito a perder abrigando criminosos”.

“Nenhuma parceria pode sobreviver a um país abrigando militantes. É hora de o Paquistão demonstrar comprometimento com civilização, ordem e paz”, afirmou, acrescentando que os EUA não podem mais ficar em silêncio em relação ao abrigo seguro que o país fornece a “organizações terroristas, ao Talibã e outros grupos que oferecem ameaças à região e além”.

Ainda sobre sua nova abordagem em relação ao Afeganistão, Trump disse que os Estados Unidos não irão mais tentar “construir países à sua imagem”, e que irão continuar oferecendo apoio ao governo afegão, mas que cabe à população do país assumir o controle sobre seu futuro.

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