Crimes virtuais

Sites de venda não entregam ou comercializam produtos roubados

Preço atrativo esconde possível armadilha ao consumidor, que corre o risco de responder processo judicial; uma das orientações do Departamento de Combate a Crimes Tecnológicos, da Seic, é exigir a nota fiscal para fechar negócio

Jock Dean / O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h36
Cuidado  ao adquirir produtos  em sites.
Cuidado ao adquirir produtos em sites. (site)

SÃO LUÍS - Um alerta para quem compra produtos usados pela internet: sites de vendas e grupos em redes sociais negociam objetos cuja procedência pode ser de natureza criminosa. E o preço atrativo esconde possível armadilha ao consumidor, que corre o risco de responder a processo judicial. Quem chama a atenção para esta nova modalidade de crime é o Departamento de Combate a Crimes Tecnológicos (DCCT), da Superintendência Estadual de Investigações Criminais (Seic).

A prática tem nome pomposo: delito de estelionato aplicado em meio virtual. E tem feito muitas vítimas, por causa da pressa em adquirir um produto. “Os criminosos utilizam a vontade que a pessoa tem de comprar aquele produto, facilitam ao máximo as condições de pagamento, dizem que já têm outras pessoas interessadas, que é o último do estoque e com isso a pessoa se deixa levar e perde dinheiro, porque o produto simplesmente não existe. Ela paga por algo que não vai receber”, afirma Odilardo Muniz, delegado de Polícia Civil chefe do DCCT.

Sites de compra e venda, como OLX e Mercado Livre, além de grupos de comercialização no WhatsApp tem sido usados com frequência para negociação de produtos roubados ou furtados. A informação é do delegado Odilardo Muniz. “A gente estima que cerca de 60% dos produtos anunciados em sites como esses não existam de fato ou sejam roubados. Muitos anúncios falsos são feitos para atrair compradores e arrancar dinheiro”, disse.

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Para não levantar suspeitas, os criminosos utilizam até documentos de empresas que já não existem mais para que o comprador ache que está de fato fazendo um negócio lícito. Além disso, eles costumam cobrar preços bem abaixo do mercado ou anunciam o produto a preço que seria promocional. “Colocam um aparelho celular de última geração a preço bem mais em conta, o pagamento pode ser feito em duas ou três vezes e a entrega é feita mediante o pagamento da primeira parcela. Muitos desse criminosos não querem tirar grandes quantias das vítimas”, explica Odilardo Muniz.

Conforme o delegado, para evitar comprar produtos ilícitos, a orientação é sempre solicitar a nota fiscal. Se o comprador não conseguir comprovar a origem lícita do produto, pode até ser indiciado por receptação. Quem comprou algum produto de um desconhecido em sites de compras, sem nota fiscal e está inseguro com relação à origem pode procurar uma delegacia de polícia e explicar a situação. Dependendo do caso, pode até ser aberta uma investigação para apurar a origem do produto e, comprovada a origem criminosa, o vendedor pode ser preso.

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