Tráfico

Aumenta número de mulheres recrutadas pelo tráfico na Ilha

Só este ano, 28 mulheres já foram presas pela polícia como “mulas” ou comandantes de organizações que controlam o trafico de entorpecentes; maioria entra no crime substituindo seus maridos que estão presos ou mortos

Ismael Araujo

Atualizada em 11/10/2022 às 12h36
Valdirene Pereira e seus comparsas controlam o tráfico na Camboa e Liberdade
Valdirene Pereira e seus comparsas controlam o tráfico na Camboa e Liberdade (Aumenta número de mulheres recrutadas pelo tráfico na Ilha )

SÃO LUÍS - Mais mulheres estão sendo recrutadas por organizações criminosas especializadas na comercialização da droga no Maranhão. Segundo a polícia, a maioria delas é usada como mula, conhecida como “soldado do tráfico” ou até mesmo assumindo a chefia desses bandos criminosos. Dados da Superintendência Estadual de Repressão ao Narcotráfico (Senarc) revelam que no decorrer deste ano 28 mulheres já foram presas na Ilha de São Luís, por esse tipo crime. No ano passado foram 29. Somente nesta semana, a polícia maranhense prendeu cinco mulheres por envolvimento nessa ação ilegal.

O delegado Carlos Alessandro de Assis, superintendente da Senarc, afirmou que a maioria das mulheres ingressa nesse mundo criminoso em busca de dinheiro fácil ou em substituição a seus maridos, presos ou mortos em confronto com a polícia ou com outros criminosos.

Ainda segundo Carlos Alessandro, Valdirene Pereira, a Val, de 34 anos, foi uma das que assumiu o comando do tráfico de droga nos bairros da Camboa, Liberdade e Monte Castelo, após o seu marido, Daniel Almeida dos Santos, o Danielzinho, ser assassinado a tiros no dia 15 de dezembro do ano passado, no bairro do Renascença.

Val, em companhia de seus cúmplices, identificados como Raul Giudicelly Carvalho Silva, de 28 anos, e Leonardo de Oliveira Sousa, o Leo Gordo, de 35 anos, instalaram um clima de terror no condomínio do Progra­ma de Aceleração do Cres­­cimento (PAC) do bairro Camboa, conhecido como Carandiru. Esse trio Criminoso, inclusive, chegou a ser preso no mês março deste ano, mas foi solto por determinação da Justiça. “Esses criminosos foram presos pela equipe da Senarc e vinham constantemente mudando de moradia para despistarem os investigadores”, declarou o delegado.

Ainda segundo o delegado, as ações criminosas no Residencial do PAC, comandadas por Valdirene Pereira, eram uma forma de vingança pela morte do traficante Danielzinho e pelo assassinato do soldado do tráfico, identificado como Pinóquio, ocorrido no Complexo Penitenciário de Pedrinhas, no ano passado. No local começaram a ocorrer quase que diariamente, tiroteios entre as facções criminosas rivais que pretendiam dominar o tráfico de droga na capital, principalmente nos bairros Liberdade e Camboa. Eles também são acusados de realizar assassinatos e expulsar moradores de suas casas.

Rosinha do Pó

Outra mulher acusada de comercializar droga na capital, conhecida pela polícia, é Rosângela Andrea Carvalho, a Rosinha do Pó, de 43 anos. Em abril de 2012, ela chegou a ser presa durante a operação Pomar realizada pela Polícia Civil no bairro Jordoa. Segundo a polícia, essa criminosa chegava a vender 10 kg de crack por semana. Ela é suspeita de abastecer várias bocas de fumo da capital.

Antes disso, ela já havia sido presa em dezembro de 2011 com 32 kg de crack, mas foi liberada pela Justiça. Na operação, os policiais apreenderam carros e motocicletas. Outras três pessoas também foram presas. Essa traficante foi condenada a 14 anos de prisão pelo crime de associação ao tráfico.

Combate

O delegado Carlos Alessandro de Assis declarou ainda que a polícia tem intensificado o trabalho investigativo para combater o tráfico de droga no estado e vários traficantes já foram presos. Entre as prisões há mulheres, inclusive, somente nesta semana, cinco traficantes foram tiradas de circulação.

Na noite de quinta-feira, 17, foram presas Amanda Inhuma Rodrigues, de 21 anos, e Márcia Gabriely de Souza Marciel, de 25 anos, que estavam em companhia de Jad Rubens Barros de Sousa, de 22 anos. A prisão ocorreu no aeroporto internacional Eduardo Gomes, na capital do Amazonas. Com esses criminosos, a polícia apreendeu 14 tabletes de maconha do tipo skunk, também denominada como super maconha ou maconha de rico.

Esses criminosos foram presos durante uma operação policial realizado pela equipe da Superintendência Estadual de Investigações Criminais (Seic) com apoio da Polícia Civil do Amazonas e da Polícia Federal. O delegado Thiago Bardal, superintendente da Seic, disse que esses traficantes distribuíam drogas para vários estados, principalmente para o Maranhão.

Também nesse dia foram presos Allana Marque Leal, de 25 anos, e o seu companheiro Wellington Ribeiro, idade não revelado, na área da Cidade Operária, acusados da venda de crack.

Já durante a operação Jansen, desenvolvida desde o último dia 13 pela equipe da Senarc, foi preso na capital o casal Francimar Lopes, a Mama, de 28 anos, e Janaína dos Santos Pizon, de 35 anos. Também foi detida nessa operação, Aline Auriceira do Nascimento, de 22 anos, acusada de vender maconha na área do São Francisco.

28

É o número de mulheres presas na Região Metropolitana de São Luís este ano acusadas de tráfico de droga

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