Diplomacia

EUA pedem que países latinos rompam com a Coreia do Norte

No Chile, o vice-presidente dos EUA, Mike Pence, pediu que Brasil, México, Chile e Peru rompam laços diplomáticos e econômicos com Pyongyang

Atualizada em 11/10/2022 às 12h36
O Vice-presidente dos Estados Unidos, Mike Pence, ao discusar ontem
O Vice-presidente dos Estados Unidos, Mike Pence, ao discusar ontem ( O Vice-presidente dos Estados Unidos, Mike Pence, ao discusar ontem )

SANTIAGO - O vice-presidente dos Estados Unidos, Mike Pence, pediu ontem, em Santigo, que Brasil, México, Chile e Peru rompam laços diplomáticos e econômicos com a Coreia do Norte a fim de aumentar o isolamento ao regime de Kim Jong-Un.

"Esperamos que Brasil, México, Chile e Peru se unam a nós para romper todos os laços econômicos e diplomáticos com a Coreia do Norte e, com esse isolamento, possamos chegar a uma solução pacífica na península coreana sem armas nucleares", disse Pence em coletiva junto com a presidente chilena, Michelle Bachelet.

Pence afirmou que a "pressão econômica e diplomática" teve resultados que levam a pensar em uma possível solução para que a Coreia do Norte finalmente abandone o seu programa de mísseis nucleares.

Bachelet, por sua vez, que não se referiu ao pedido de Pence, expressou a sua preocupação com a continuidade do programa de armas nucleares da Coreia do Norte.

Também reafirmou "o seu apoio à renovação de todos os esforços diplomáticos" para obter uma solução pacífica que permita cancelar o programa balístico norte-coreano.

Ameaça

As disputas entre Estados Unidos e Coreia do Norte alcançaram o ponto máximo depois que Kim Jong-Un ameaçou, há uma semana, lançar mísseis próximos à ilha de Guam, no Oceano Pacífico, onde os EUA têm uma base militar.

Isto provocou a ira do presidente Donald Trump, que assegurou uma resposta militar sem precedentes, causando o temor da comunidade internacional diante de um possível conflito nuclear, que perdeu força depois que o líder norte-coreano adiou o seu plano.

Pence também destacou a decisão de Kim, mas advertiu que "os Estados Unidos da América não permitirão um regime irregular na Coreia do Norte que possa desenvolver um programa nuclear que alcance os Estados Unidos".

O Chile mantém uma relação comercial com a Coreia do Norte, mas não conta com uma embaixada em Pyongyang.

" Atitude sábia"

O presidente americano, Donald Trump, afirmou ontem que o líder norte-coreano teve "atitude sábia" ao afastar a possibilidade de ataque a Guam. Após analisar o estudo que previa lançar mísseis contra a ilha americana no Pacífico, Kim Jong-un recuou nas ameaças e disse o) que iria continuar a observar as ações americanas antes de determinar um ataque.

“Kim Jong-Un, da Coreia do Norte, tomou uma decisão muito sábia e bem fundamentada. A alternativa teria sido catastrófica e inaceitável!”, disse em sua conta no Twitter.

As declarações de Kim Jong-un, seguida desta de Trump, mostram uma nítida recuada no tom das discussões entre os dois países.

O líder norte-coreano declarou que "vai seguir observando um pouco mais a conduta tola e estúpida dos ianques enquanto passam por um momento difícil a cada minuto de sua miserável sina". Ele advertiu que "é necessário que os Estados Unidos adotem a opção correta" e que, se "persistirem em suas ações insensatas na Península da Coreia", Pyongyang vai atuar.

A pequena ilha de Guam abriga duas grandes bases militares dos EUA, com mais de 6 mil homens. Localizada a 3.500 km da Coreia do Norte, com população total de 162 mil pessoas e está equipada com o escudo antimísseis THAAD.

Guerra retórica

A escalada da tensão começou depois que a Coreia Norte testou dois mísseis balísticos intercontinentais no mês passado, indicando que seria capaz de atingir o território americano.

Após o país asiático detalhar seu plano de atacar Guam, Donald Trump vem ameaçando a Coreia do Norte.

Na terça-feira,8, Trump usou a expressão "fogo e fúria", ao comentar ameaças norte-coreanas, quando declarou: "É melhor que a Coreia do Norte não faça mais ameaças aos Estados Unidos. Enfrentarão fogo e fúria como o mundo nunca viu".

O general norte-coreano Kim Rak Gyom afirmou que a declaração do presidente americano era "um monte de bobagem". "Parece que ele não entendeu o recado. Diálogo saudável não é possível com um sujeito tão desprovido de razão e apenas força absoluta pode funcionar sobre ele", disse o general.

Como o tom bélico não caiu após a forte declaração de Trump, o presidente avaliou na quinta d semama passada,10, que sua declaração não tinha sido “forte o suficiente”. E Coreia do Norte voltou a contra-atacar afirmando que os EUA irão "sofrer uma derrota vergonhosa e uma condenação final" caso "persistam em suas aventuras militares, sanções e pressões extremas".

Na sexta,11, o presidente disse que a resposta militar americana para um eventual ataque da Coreia do Norte já está pronta.

“As soluções militares estão agora totalmente instaladas, guardadas e carregadas, se a Coreia do Norte atuar imprudentemente. Espero que Kim Jong Un encontre outro caminho!”, afirmou no Twitter.

Na segunda,14, o secretário de Defesa dos EUA, Jim Mattis, disse que se a Coreia do Norte disparar um míssil contra os EUA, a situação pode se transformar em guerra. "Se eles dispararem contra os Estados Unidos, (a situação) pode escalar para uma guerra muito rapidamente", disse Mattis. Ele afirmou que os EUA reconheceriam a trajetória de um míssil norte-coreano rapidamente.

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