SÃO LUÍS - Uma declaração do governador Flávio Dino, em Caxias, acabou por gerar forte debate entre governistas e oposicionistas nas redes sociais, no fim de semana. Ao entregar kits de irrigação a agricultores do município, o comunista afirmou que o Maranhão está quebrado, com o caixa zerado. A declaração soou estranha porque foi dita pela pessoa que está há três anos à frente do caixa do Estado e que herdou nada menos que R$ 2 bilhões de uma operação de crédito do BNDES.

Primeiro a explorar a declaração de Dino, o senador Roberto Rocha (PSB) viu na história uma confissão de culpa. “Ele confessou que faliu o estado”, disse o senador. Rocha será relator de uma CPI que vai investigar os contratos do BNDES, sobretudo para empresas de fora. Mas ele destacou que os recursos do banco estarão todos na mira.

A declaração de Dino surpreendeu outros atores da oposição, como o vice-prefeito de Caxias, Paulo Marinho Júnior (PMDB), que também questionou o que foi feito com os recursos do banco.

Meus cumprimentos ao governador Flávio Dino pela entrega dos kits de irrigação em Caxias. Na ocasião, ele confessou que faliu o estado"Roberto Rocha, senador.

O empréstimo garantido ainda no governo Roseana Sarney (PMDB) foi disponibilizado no início do governo Flávio Dino. Quando tentou vender o discurso de terra arrasada, assim que assumiu, Dino foi contraposto com os dados do empréstimo, ocasião em que afirmou estar readequando os projetos para receber os recursos.

Mas ontem, durante o debate com internautas e oposicionistas nas redes sociais, o líder do governo da Assembleia Legislativa, Rogério Cafeteira (PSB), acabou por revelar algo ainda mais preocupante, sobretudo por causa das respostas que gerou.

“R$ 1,2 bilhões (sic) de glosa do BNDES por causa de pagamentos irregulares feitos, nenhum no atual governo”, afirmou Cafeteira, que foi confrontado pelo coach Sandro Lima.

“Se o dinheiro em caixa não eram sobras e sim dividendos, isso é grave. Porém, porque não expor isso às claras no começo da gestão?”, provocou Lima. Irritado, o líder governista tentou menosprezar as informações do interlocutor.

Mas a “confissão de culpa” feita por Flávio Dino deve continuar a repercutir esta semana, sobretudo na Assembleia Legislativa; e também no Senado, que deve instalar esta semana os trabalhos da CPI do BNDES.

Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais Twitter, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.