Gestão Pública

MP já acionou, em 2017, 57 ex-prefeitos e 6 prefeitos por ilegalidades na administração pública

O levantamento feito por O Estado se baseia em informações divulgadas pela assessoria de comunicação do Ministério Público

Carla Lima Subeditora de Política

Atualizada em 11/10/2022 às 12h36
Francisquin Tavares do PCdoB foi um dos prefeitos acionados pelo ministério Público em 2017
Francisquin Tavares do PCdoB foi um dos prefeitos acionados pelo ministério Público em 2017 (Francisquin Tavares)

O Ministério Público Estadual (MP) já acionou pelo menos 57 ex-prefeito do Maranhão e outros seis prefeitos somente até a primeira semana de agosto de 2017. As ações são por fraude em licitação e também por improbidade administrativa por descumprimento de leis como o do Portal da Transparência.

Os dados levantados por O Estado são baseados em informações divulgadas a imprensa por meio da assessoria de comunicação do órgão, já que, segundo informou assessores, não há possibilidade para o MP de precisar o número exato de ações contra gestores e ex-gestores públicos porque os procedimentos ainda não estão 100% informatizados.

Pela divulgação do MP, de janeiro até a primeira semana de agosto, quase 60 ex-prefeitos do Maranhão foram denunciados ou acionados por crimes relacionados a administração pública. Entre os denunciados, a recordista é a ex-prefeito de Bom Jardim, Lidiane Leite, que somente em 2017 foi acionada quatro vezes pelo Ministério Público.

Entre as ações contra a ex-prefeito, que ficou conhecida nacionalmente por ostentar riqueza – ilícita – na internet, tem até uma de improbidade administrativa por contratação irregular de empresa para serviços funerários por R$ 135 mil para fornecimento de 265 caixões.

Este ano, o MP também já acionou prefeitos que estão em mandato. Foram seis ações contra seis prefeitos. Entre os gestores acionados está o de Santana do Maranhão, Francisquim Tavares (PCdoB), por reter os pagamentos de três servidores municipais legalmente afastados para o exercício de mandatos classistas.

Condenações – Também este ano, o MP anunciou a condenação de nove gestores a partir de ações do órgão. Também foram condenados a partir de pedido do Ministério Público cinco ex-presidentes de Câmaras Municipais.

Outros cinco ex-presidentes foram acionados por irregularidades cometidas na administração de Câmaras Municipais e somente um gestor de legislativo municipal em mandato chegou a ser acionado pelo órgão de fiscalização.

Operação – A ação que mais chamou atenção envolvendo gestor público em 2017 até o momento foi a operação que levou a prisão de dois vereadores de Centro Novo do Maranhão.

A pedido do MP, o Poder Judiciário determinou a prisão temporária, por cinco dias, dos vereadores Robevânia Maria da Silva (PR) e Sinomar Farias Vieira (PMDB), conhecido como Mazinho.

Além dos mandados de prisão cumpridos por membros do Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco) e do Departamento Estadual de Combate à Corrupção (Deccor) da Polícia Civil, foram cumpridos mandados de busca e apreensão na residência dos dois vereadores e de um terceiro, Evaldo Chaves de França, conhecido como Neto da Agricultura.

Os vereadores são suspeitos da prática dos crimes de corrupção e associação criminosa. Eles também foram afastados das funções parlamentares e proibidos de manter contato entre si ou com qualquer outro vereador de Centro Novo do Maranhão até nova deliberação judicial.

Segundo o MPMA, a eleição da mesa diretora da Câmara Municipal foi manipulada pelo pagamento a outros vereadores, com a suspeita de participação de agiotas na transação criminosa. Robevânia Silva teria recebido R$ 40 mil do presidente do Poder Legislativo municipal, Sinomar Vieira, para pagar agiotas e votar nele. Evaldo França também teria recebido vantagens financeiras.

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