Adiamento

Licitação para gestão de terminal rodoviário é adiada em São Luís

Processo licitatório estava previsto para o dia 11, mas foi suspenso após terem sido identificados problemas no edital; nova data deve ser divulgada

Atualizada em 11/10/2022 às 12h36
Reunião de permissionários com MOB discutiu os problemas do terminal de passageiros para encontrar soluções
Reunião de permissionários com MOB discutiu os problemas do terminal de passageiros para encontrar soluções (reunião)

Foi adiada a data para a realização do processo licitatório para a contratação da nova empresa que vai gerenciar o Terminal Rodoviário de São Luís, localizado na Avenida dos Franceses. A concorrência pública seria realizada nesta sexta-feira, dia 11. Contudo, não vai mais ocorrer.
Na sexta-feira, dia 4, o governo do Estado, por meio da Comissão Central Permanente de Licitação (CCL) divulgou o Aviso de adiamento da concorrência pública que tem o objetivo de contratar uma empresa que vai ficar responsável por gerir o terminal rodoviário.
O Aviso de adiamento não aborda os motivos que levaram a suspensão da licitação prevista para o dia 11. De acordo com o Governo do Estado, houve questionamentos técnicos por parte dos concorrentes a CCL optou por analisá-los detalhadamente. Dessa forma, o edital foi suspenso e nos próximos dias ele será republicado, com a nova data de quando acontecerá a licitação.
Na tarde de ontem, houve uma nova reunião entre a Associação dos Comerciantes, Prestadores de Serviços e Usuários do Terminal Rodoviário de São Luís (Rodoservice) e a empresa RMC Comércio Serviços LTDA, que atualmente gerencia a rodoviária, mediada pela Agência Estadual de Mobilidade Urbana e Serviços Públicos (MOB). O objetivo mais uma vez foi discutir os problemas do terminal de passageiros para que fossem encontradas soluções.

Impasses
De acordo com a Rodoservice, a principal reclamação dos trabalhadores que atuam na rodoviária é com a presença da empresa RMC Comércio e Serviços Ltda, que administra o terminal. Segundo a associação, essa empresa atua na rodoviária há mais de 10 anos sem ter um contrato formal com o Governo do Estado. Os permissionários pagam o aluguel dos espaços e esse dinheiro não é revertido em melhorias para o terminal.
Por causa da falta de investimentos, os comerciantes reclamam da falta de estrutura do espaço. Eles alegam que, quando chove, vários pontos dentro da rodoviária ficam alagados; existem poucos banheiros para atender a demanda; e a segurança do espaço é insuficiente, pois no posto policial existem apenas dois militares.
Os problemas na rodoviária são antigos. No dia 6 de julho do ano passado, o Ministério Público (MP) interpôs uma ação na Justiça solicitando a interdição do terminal rodoviário. A ação foi resultado de uma investigação de várias irregularidades no terminal, em que também foram apontadas falhas graves no sistema de combate a incêndio e pânico.
O processo teve início no dia 22 de junho. Foi protocolada no MP uma representação do presidente da Agência de Estadual de Transporte e Mobilidade Urbana (MOB), relatando diversas irregularidades na rodoviária, como casos de prostituição, tráfico de drogas e outros, para que fosse feita a mobilização das forças policiais para combater essas situações.
Um procedimento investigatório foi aberto para apurar as informações relatadas e, aproveitando a oportunidade, o Ministério Público solicitou laudos técnicos do Corpo de Bombeiros, Vigilância Sanitária e Defesa Civil. Já com o laudo do Corpo de Bombeiros em mãos, o promotor Cláudio Guimarães, da promotoria de Controle Externo da Atividade Policial, tomou conhecimento da situação preocupante em que se encontrava o terminal e solicitou à Justiça a interdição da rodoviária.
Diante da gravidade do laudo do Corpo de Bombeiros, e por entender que o funcionamento da rodoviária de São Luís, naquelas condições, colocava em risco a vida das pessoas que ali transitam ou desempenham suas atividades laborais, o Ministério Público requereu a interdição do terminal e a imediata reforma e as adaptações devidas, dentro do prazo de 60 dias.
O juiz Douglas de Melo Martins acolheu em parte o pleito ministerial, por entender que a interdição da rodoviária naquele momento seria uma medida desproporcional. Em sua decisão, o magistrado lembrou que o transporte é um serviço essencial e que a paralisação do único terminal rodoviário da cidade, sem a alternativa de outro local para a prestação do serviço, causaria danos aos usuários.
O juiz reconheceu a necessidade de se assegurar aos usuários e funcionários do terminal condições seguras para o desenvolvimento de suas atividades. Segundo ele, a medida objetiva o cumprimento de normas técnicas que visem a resguardar a segurança e a integridade físicas das pessoas, por meio da adoção de mecanismos que diminuam o risco de incêndio.

SAIBA MAIS

Está prevista para hoje uma inspeção do Corpo de Bombeiros no Terminal Rodoviário de São Luís. A inspeção atende a uma determinação do juiz Douglas de Melo Martins, titular da Vara de Interesses Difusos e Coletivos, que determinou o Estado providenciasse algumas melhorias no espaço para reforçar a segurança dos frequentadores.

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