Tensão

Coreia do Norte ameaça EUA e faz críticas às sanções da ONU

Pyongyang afirma que fará os EUA ''pagarem mil vezes o preço de seu crime''; governo diz que não negociará com os americanos enquanto as ameaças perdurarem

Atualizada em 11/10/2022 às 12h36
Embaixadores do Conselho de Segurança da ONU votaram em sanções
Embaixadores do Conselho de Segurança da ONU votaram em sanções ( Embaixadores do Conselho de Segurança da ONU votaram em sanções )

PYONGYANG - A Coreia do Norte afirmou ontem que as novas sanções da ONU constituem "uma violação violenta de nossa soberania" e ameaçou os Estados Unidos, afirmando que fará "pagarem mil vezes o preço de seu crime".

"Não vamos colocar nosso (programa) de dissuasão nuclear na mesa de negociações, enquanto perdurarem as ameaças dos Estados Unidos. Nunca daremos um passo atrás no fortalecimento do nosso poder nuclear", destaca o texto.

Pyongyang afirma que as sanções não vão impedir que o país desenvolva seu arsenal nuclear ao advertir que não negociará enquanto o governo dos Estados Unidos prosseguir com suas ameaças.

A mensagem em tom de desafio é a primeira reação do país após a aprovação por unanimidade no Conselho de Segurança da ONU de uma nova resolução contra Pyongyang, proposta por Washington.

As sanções podem custar um bilhão de dólares por ano à Coreia do Norte e afetariam o comércio com a China, seu principal sócio.

A declaração foi divulgada no momento em que o chefe da diplomacia norte-coreana, Ri Yong-Ho, encontra-se em Manila, onde acontece um fórum sobre a segurança regional com representes de Estados Unidos, China, Rússia e outros países da Ásia-Pacífico.

'Parar de lançar mísseis'

O secretário de Estado americano, Rex Tillerson, descartou qualquer possibilidade de diálogo com Pyongyang, ao menos de modo imediato, e afirmou que as novas sanções demonstram que o mundo perdeu a paciência com as ambições nucleares do regime de Kim Jong-Un.

O chefe da diplomacia americana ressaltou que Washington aceitaria negociar com Pyongyang apenas no caso de uma suspensão de seu programa balístico.

"O melhor sinal que a Coreia do Norte pode enviar para dizer que está disposta a dialogar seria parar de lançar mísseis", disse.

Tillerson deu a entender, porém, que existe a perspectiva de que enviados americanos possam um dia se reunir com representantes do regime norte-coreano para evitar uma escalada. Não informou quando um encontro desse tipo poderia acontecer.

"Não vou dizer a ninguém um número específico de dias, ou semanas. É uma questão de estado de ânimo na negociação", desconversou.

Tillerson deu essas declarações um dia depois de um encontro incomum entre os chefes da diplomacia das duas Coreias.

Unidade

O ministro norte-coreano Ri Yong-Ho apertou a mão de sua colega sul-coreana, Kang Kyung-Wha, que pediu que aceitasse a proposta de diálogo de Seul. O chanceler de Pyongyang rejeitou a oferta, segundo a imprensa, ao afirmar que a mesma "carece de sinceridade".

Em uma conversa telefônica no domingo, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o presidente da Coreia do Sul, Moon Jae-In, concordaram em que a Coreia do Norte "representa uma ameaça direta, grave e crescente", segundo um comunicado da Casa Branca.

No Twitter, Trump elogiou a votação unânime no Conselho de Segurança e agradeceu a Rússia e China por seu apoio à medida. Ambos poderiam ter vetado a resolução.

Tillerson, que teve reuniões bilaterais com os chanceleres da China e da Rússia, Wang Yi e Serguei Lavrov, respectivamente, também destacou a unidade da comunidade internacional.

Ele declarou que a "comunidade internacional" espera que a Coreia do Norte adote "medidas para alcançar todos os meus objetivos, ou seja, a desnuclearização da península coreana".

Pyongyang respondeu que os países que "colaboraram com os Estados Unidos" no apoio à resolução também terão de "prestar contas".

A China reiterou sua posição menos drástica e insistiu em que as sanções não são suficientes e que o diálogo é necessário.

O chanceler de Pequim fez um apelo à retomada do "Diálogo dos Seis" (China, Estados Unidos, Rússia, Japão e as duas Coreias), apesar da paralisação das negociações há vários anos. "Somente o diálogo e as negociações são os meios adequados para solucionar o problema da península coreana", frisou.

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